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Bezerro de ouro

Nas eleições argentinas, o falso profeta Javier Milei volta-se contra o compatriota “papa comunista”

O presidente da Argentina, Javier Milei, e o Papa Francisco. Fotos: Mazur/Catholic Church England and Wales e Alejandro Pagni/AFP
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Em um canto do ringue está Javier Milei, de 52 anos, que se autodenomina ex-treinador de sexo tântrico, anarcocapitalista outsider e favorito nas próximas eleições presidenciais da Argentina. No outro, um compatriota, o papa Francisco, 86 anos, defensor mundial dos pobres, repetidamente ridicularizado pelo presidenciável argentino como “um maldito comunista” e “o representante do maligno na Terra”, por promover a doutrina da “justiça social” em prol dos desfavorecidos.

Milei, um desconhecido político até 2020, prometeu travar uma “batalha cultural” para transformar a Argentina num paraíso libertário, onde a eficiência capitalista substitui a assistência social, os impostos são reduzidos ao mínimo e indivíduos sem dinheiro podem vender seus órgãos corporais no mercado aberto. De Roma, o papa Francisco expressou grande preocupação com o surgimento de políticas tão insensíveis em sua terra natal. “A extrema-direita sempre se reconstrói, é o triunfo do egoísmo sobre o comunitarismo”, lamentou em uma entrevista televisiva em março, quando foi questionado sobre as próximas eleições na Argentina. Em palavras que pareciam se referir a Milei, o único candidato na votação de 22 de outubro sem experiência política anterior a 2021, o papa acrescentou: “Tenho pavor de salvadores da pátria sem histórico de partido político”.

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