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Cristina reúne milhares na Argentina e diz que Milei submete o povo a um ‘sacrifício inútil’

A peronista discursou na inauguração de um estádio em Quilmes que leva o nome de seu falecido marido Néstor Kirchner

A ex-presidenta da Argentina Cristina Kirchner, em 27 de abril de 2024. Foto: Tomas Cuesta/AFP
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A ex-presidenta da Argentina Cristina Kirchner acusou, neste sábado 27, o atual ocupante da Casa Rosada, Javier Milei, de submeter o povo a um “sacrifício inútil” em prol de um déficil fiscal zero, uma afirmação à qual o mandatário respondeu responsabilizando o kichnerismo por “deixar um país destruído”.

Ao reaparecer no cenário político em um ato com a presença de uma multidão, Kirchner, a peronista de centro-esquerda que governou a Argentina entre 2007 e 2015 e que foi vice-presidente de Alberto Fernández de 2019 a 2023, fez duras críticas ao governo do ultraliberal Milei.

Ela discursou na inauguração de um estádio em Quilmes, nos arredores de Buenos Aires, que leva o nome de seu falecido marido, o ex-presidente Néstor Kirchner (2003-2007).

“Escutei o presidente (Milei) em rede nacional e decidi vir para cá para refletir sobre este momento particular que a Argentina vive, sobre o projeto anarco-capitalista e o sacrifício inútil ao qual nosso povo está sendo submetido”, criticou.

Ato com Cristina Kirchner em Quilmes, em 27 de abril de 2024. Foto: Tomas Cuesta/AFP

Na segunda-feira, Milei comemorou como uma “façanha histórica” o primeiro trimestre com superávit financeiro que a Argentina registra desde 2008, primeiro ano do governo de Kirchner, sua adversária política.

A ex-presidente disse, porém, que o superávit “não tem sustentação”.

“Sessenta por cento podem ter votado em você, mas se depois, quando está no governo, as pessoas passam fome, perdem o trabalho, não conseguem chegar ao fim do mês, serve de quê?”, questionou, em alusão ao percentual obtido por Milei no segundo turno da eleição de 2023.

As medidas econômicas de Milei incluem paralisação das obras públicas, demissões de funcionários públicos, fechamento de dependências do governo, corte de subsídios, aumento de tarifas públicas e o congelamento de orçamentos em um momento em que a inflação beira os 290% ao ano e a pobreza castiga metade da população.

“Este governo não tem plano de estabilização. É apenas um plano de ajuste”, advertiu Kirchner. “O presidente tem de compreender que deve fazer uma mudança de rumo nesta política.”

Milei, um economista que previu dois anos de sacrifícios antes de reativar a economia argentina, respondeu rapidamente às críticas de Kirchner.

“O povo passa fome porque vocês, durante décadas, defenderam um modelo que se baseava em gastar sem limites e falsificar dinheiro para tapar o buraco”, escreveu o presidente na plataforma X.

“O resultado é um país destruído, com 60% de pobres. Do que serve o que estamos fazendo? Serve para reconstruir o país que vocês destruíram… VALC…!!!”, acrescentou, usando as iniciais de seu lema de campanha, “Viva a Liberdade, Caralho”.

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