Mundo
América Latina é ‘campeã mundial’ da vacinação com pelo menos 1 dose
Cuba e Chile são destaques na região, atingindo extraordinários 90% de vacinados
Há um ano, por volta do Natal, as primeiras doses de vacinas contra o coronavírus foram injetadas em todo o mundo. Em apenas 12 meses, quase 4,5 bilhões de pessoas receberam pelo menos uma dose de um soro anticovid. Uma façanha carregada, porém, de desigualdade. A América Latina é hoje a região campeã do mundo em primovacinação, ou seja, é a região do planeta com o maior número de vacinado com a primeira dose do imunizante, cerca de 76% da população local.
As doses das vacinas não foram distribuídas igualmente pelo mundo. A América Latina e o Caribe podem se gabar de serem a região mais vacinada do mundo, com 76% da população que já recebeu pelo menos uma dose, segundo dados da ONU.
Do outro lado da moeda está o continente africano, com apenas 13% de primovacinados. No meio está a Europa, com 64 em cada 100 habitantes imunizados, ou a Ásia, com 66%.
Na América Latina, são Cuba e Chile que puxam a região, atingindo extraordinários 90% dos vacinados, enquanto a maioria dos países latino-americanos estagnou entre 50 e 70%. Com a exceção do caso catastrófico do Haiti: apenas 1% de seus habitantes foram vacinados contra o coronavírus.
Vacinas de segunda geração
Os haitianos estão naqueles 43% da população mundial que ainda precisa ser vacinada e podem receber uma dose de uma das vacinas de segunda geração. Esses novos imunizantes em preparação têm algumas vantagens importantes. São produtos que demoram um pouco mais para se desenvolver e sua tecnologia busca ultrapassar as vacinas anticovid já existentes no mercado.
Por exemplo, no que diz respeito à produção de anticorpos. Se a vacina da Pfizer produz quatro vezes mais anticorpos do que uma simples infecção por Covid-19, a vacina Novavax afirma produzir uma concentração entre 10 a 15 vezes maior.
Além disso, seriam anticorpos de melhor qualidade. Novavax é a primeira vacina de segunda geração aprovada pela União Europeia e tem, aliás, um ingrediente ativo de uma árvore sul-americana, a Quillaja Saponaria, conhecida como “árvore de sabão”.
Outros laboratórios testam trocar o sistema de imunização por um simples comprimido, como o Vaxart, ou por uma inoculação pelo nariz. Há até quem busque transformar o líquido da vacina em pó, para que seja mais facilmente transportável e conservado em países onde a rede de frio falha. É o caso da Ziccum, que está trabalhando com o laboratório da Johnson & Johnson para levar sua vacina, a Janssen, para a África.
Mas as vacinas de segunda geração lutam contra a escassez de insumos, monopolizadas pelos produtores de doses já presentes no mercado, e terão que lutar ainda mais para obter a aprovação sanitária e se firmar nas compras dos sistemas globais de saúde.
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