Justiça
TSE condena Bolsonaro e Braga Netto em outra ação sobre uso político do 7 de Setembro
Apesar da nova condenação, período de inelegibilidade do ex-capitão não sofre alterações; Mourão, Silas Malafaia e Luciano Hang também são alvos dessa nova ação, mas ainda não foram condenados


O ministro do Tribunal Superior Eleitoral, Benedito Gonçalves, condenou, nesta segunda-feira 6, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o general Walter Braga Netto novamente em uma nova ação que investiga o uso político da comemoração do 7 de Setembro, em 2022. A pena é de 8 anos de inelegibilidade.
Apesar dessa ação versar sobre os exatos mesmos fatos das três ações julgadas pela Corte na semana passada, o ministro relator entendeu que essa investigação ainda não foi analisada em sua integralidade por existirem outros 15 investigados no caso. A lista tem o ex-vice-presidente Hamilton Mourão, o pastor Silas Malafaia e o empresário Luciano Hang.
“O motivo muito simples pelo qual a AIJE 0601002-78 prossegue é que nela há imputações feitas contra 15 investigados apontados como corresponsáveis por abuso de poder. A situação pessoal desses supostos colaboradores em nada interfere na apuração dos fatos postos nos limites das três ações em julgamento”, cita a decisão.
Sendo assim, o ministro decidiu por condenar antecipadamente o ex-capitão e o general, visto que os fatos contra eles já foram analisados e decididos pelo Plenário da Corte. Ele determinou, no entanto, que a investigação prossiga contra os outros citados.
“Não há motivo para manter pendente a decisão a respeito das condutas dos investigados nesta AIJE (Ação de Investigação Judicial Eleitoral), uma vez que, por maioria, já foram condenados pela prática de condutas idênticas. Agora, é dever de coerência aplicar solução uniforme nas situações em que idênticos pontos controvertidos venham a ser resolvidos à luz de provas idênticas”, escreveu Gonçalves.
Ainda que a impossibilidade de o ex-capitão se candidatar pelos próximos oito anos já tenha sido reconhecida pelo TSE em outros processos, um eventual recurso não seria suficiente para torná-lo novamente elegível com eventual nova condenação.
Quanto aos demais investigados, Benedito Gonçalves determinou que eles sejam ouvidos em audiência agendada para quarta-feira 8, véspera do dia que o relator deixará o cargo na Corte Eleitoral. Veja a íntegra da decisão:
consultaunificadapje.tse.jus.br_consulta-publica-unificada_documento_extensaoArquivo=text_html&path=tse_2023_11_3_16_51_9_c6db977a18d6a20ac8e2927b01ac6b6e6ef8f59ca560243c777edfeefa3d2511Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

PF vai investigar envio de R$ 17 milhões via Pix para Bolsonaro, decide Moraes
Por CartaCapital
A nova ‘batalha’ de Carlos Bolsonaro no plenário do STF, após derrota na 2ª Turma
Por CartaCapital