Justiça
STF suspende julgamento de prisão especial a quem tem curso superior
O ministro Dias Toffoli pediu vistas do processo no sábado 19
O Supremo Tribunal Federal suspendeu a análise da ação que questiona a prisão especial a quem tem curso superior, após o ministro Dias Toffoli pedir vistas do processo no sábado 19.
Até o momento o relator do caso, o ministro Alexandre de Moraes, votou contra a previsão pelo entendimento de que a norma é inconstitucional e fere o princípio da isonomia, seguindo o entendimento da Procuradoria-Geral da República. O voto do ministro foi seguido por Cármen Lucia.
A PGR protocolou em 2015 uma ação em que questiona a constitucionalidade do benefício, previsto no Código de Processo Penal.
Moraes destacou não haver justificativa para manter um benefício que, segundo ele, transmite a ideia de que presos comuns não se tornaram pessoas dignas de tratamento especial por parte do Estado.
“A norma impugnada não protege uma categoria de pessoas fragilizadas e merecedoras de tutela, pelo contrário, ela favorece aqueles que já são favorecidos por sua posição socioeconômica”, anotou. “Embora a atual realidade brasileira já desautorize a associação entre bacharelado e prestígio político, fato é que a obtenção de título acadêmico ainda é algo inacessível para a maioria da população brasileira”.
O STF não tem prazo para retomar o julgamento. Uma nova data dependerá de quando Toffoli devolverá o pedido de vista e apresentará seu voto.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Os Brasis divididos pelo bolsonarismo vivem, pensam e se informam em universos paralelos. A vitória de Lula nos dá, finalmente, perspectivas de retomada da vida em um país minimamente normal. Essa reconstrução, porém, será difícil e demorada. E seu apoio, leitor, é ainda mais fundamental.
Portanto, se você é daqueles brasileiros que ainda valorizam e acreditam no bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.