Justiça

STF decreta sigilo em inquérito que apura se houve interferência de Bolsonaro no MEC

Para a Polícia Federal, Bolsonaro pode ter avisado o ex-ministro da busca e apreensão ocorrida em sua casa

STF decreta sigilo em inquérito que apura se houve interferência de Bolsonaro no MEC
STF decreta sigilo em inquérito que apura se houve interferência de Bolsonaro no MEC
Em 2020, o Presidente da República, Jair Bolsonaro condecora o então Ministro da Educação, Milton Ribeiro - Foto: Alan Santos/PR
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O Supremo Tribunal Federal decretou sigilo sob investigação que apura se Bolsonaro interferiu em investigação de corrupção no Ministério da Educação. 

O inquérito, de relatoria da ministra Cármen Lúcia, será encaminhado à Procuradoria-Geral da República para que Augusto Aras se manifeste.

A investigação havia sido encaminhada para a primeira instância depois que Milton Ribeiro deixou o cargo, mas voltou ao STF por envolver o presidente da República.  

Para a Polícia Federal, Bolsonaro pode ter avisado o ex-ministro da busca e apreensão ocorrida em sua casa. A informação surgiu em uma ligação grampeada entre Milton Ribeiro e a sua filha. 

Segundo o ex-ministro, o presidente havia relatado um “pressentimento”, e que foi alertado da possibilidade de ser alvo de uma busca e apreensão. 

“Hoje, o presidente me ligou. Ele está com um pressentimento novamente de que podem querer atingi-lo através de mim, sabe?”, disse Ribeiro. Em seguida, o ex-ministro afirma: “Ele acha que vão fazer uma busca e apreensão em casa, sabe? Bom, isso pode acontecer, se houver indícios, mas não há porquê”, disse o ex-ministro.

O ex-chefe do MEC é investigado pela Polícia Federal suspeito de operar um gabinete paralelo para desviar verbas do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação para dois pastores evangélicos, Gilmar Santos e Arilton Moura.

Segundo apuração do Estadão, pastores negociavam com prefeitos a liberação de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação do MEC. Em troca da influência na Pasta, líderes religiosos solicitavam propina  — inclusive em barras de ouro e na compra de bíblias — para auxiliar na liberação de recursos para as suas cidades.

Os líderes religiosos apontados como lobistas teriam ligações com o presidente Jair Bolsonaro, que teria pedido para o ex-ministro que beneficiasse “os amigos dos pastores”.

O ex-capitão, que quando rebentou o escândalo, disse colocar “a cara no fogo” pelo seu ministro, diz agora que Milton Ribeiro é responsável pelos seus atos e se a polícia o prendeu, foi porque tinha motivos para isso.

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