Justiça

Sobe para 6 o número de mulheres que acusam dentista gaúcho de crimes sexuais

Jeferson Scaranto foi preso após uma paciente gravar a consulta e encaminhar o caso para a Delegacia da Mulher

Dentista foi preso pela primeira vez em 20 de março, mas liberado para responder em liberdade no dia seguinte Polícia Civil / Divulgação
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Pelo menos seis mulheres procuraram a Polícia Civil para relatar que foram vítimas do dentista Jeferson Scaranto, acusado por violência sexual durante atendimentos, em Viamão, Região Metropolitana de Porto Alegre, RS.

Uma das pacientes gravou com uma câmera escondida o procedimento e registrou queixa de agressão sexual na Delegacia da Mulher.

Em depoimento, a mulher afirma que Scaranto olhou por baixo de sua saia repetidas vezes e a fez tocar na região genital dele.

“No momento que ele está injetando a anestesia no dente, ele já está começando a ter uma ereção; toda vez que eu me levanto para cuspir, ele tenta olhar para debaixo da minha saia”, afirmou a paciente que denunciou Jeferson Scaranto, em entrevista ao Fantástico. “Ele puxa, com o cotovelo dele, o meu braço em direção ao órgão genital dele.”

A gravação foi feita durante o segundo atendimento feito por Scaranto. Na primeira consulta, em outubro de 2022, a paciente afirmou que também houve abuso e que o médico teria tido uma ereção durante o procedimento. A mulher voltou a procurar o profissional após um dos dentes começar a doer muito e precisar de uma extração.

“Muita gente fala: ‘tu não deveria ter voltado lá’. Mas, gente, era o único lugar que eu podia pagar. Eu já tinha tentado tratar, entendeu? Eu pedi para o meu pai para fazer um PIX de R$ 50 para eu poder tirar aquele dente”, conta a paciente.

Inicialmente, a Justiça havia permitido que o dentista respondesse ao processo em liberdade, mas ele foi preso após ser denunciado por mais uma suposta vítima.

Ele foi detido antes de desembarcar de um avião, no último sábado 8, quando voltava com a esposa de São Paulo.

Segundo a delegada à frente do caso, desde a prisão do suspeito, outras duas vítimas teriam procurado a polícia para denunciar novos assédios.

A primeira denúncia contra Scaranto por crime sexual foi feita em 1995. Ele chegou a ser preso na época, mas a Justiça permitiu que ele respondesse ao processo em liberdade.

Scaranto deve responder por “violação sexual mediante fraude”, crime com pena prevista de até seis anos de prisão.

Em nota, a defesa do dentista diz que o “vídeo gravado por uma das vítimas não apresenta comportamento ou conduta diversa dos protocolos de atendimento de qualquer procedimento odontológico” e que nos depoimentos das outras vítimas “não existe nada nas afirmações que possa sugerir provas”.

O Conselho Federal de Odontologia diz que “apoia as ações dos órgãos competentes, em especial o ministério público e a autoridade policial”.

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