Justiça

Segundo suspeito de planejar atentado no DF foi candidato a vereador pelo PSD no Mato Grosso

Alan Diego Rodrigues foi citado em depoimento pelo empresário bolsonarista que confessou participação na tentativa de explodir um caminhão de combustível no Aeroporto de Brasília

Reprodução
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A Polícia Civil do Distrito Federal identificou nesta segunda-feira 26 o segundo suspeito de planejar um atentado a bombas no Aeroporto Internacional de Brasília no último sábado 24. Trata-se de Alan Diego dos Santos Rodrigues, de 32 anos. Ele está sendo procurado.

Eletricista, o suspeito foi candidato a vereador pelo PSD em Comodoro, a 640 quilômetros de Cuiabá, no Mato Grosso, mas não conseguiu se eleger. Nas redes sociais, Rodrigues já publicou vídeos em apoio ao presidente derrotado Jair Bolsonaro (PL) e fotos com aliados do ex-capitão, como o deputado federal eleito Zé Trovão (PL-SC), um dos investigados no inquérito dos atos antidemocráticos na capital federal.

O último registro do bolsonarista foi durante a ceia de Natal realizada pelos manifestantes golpistas que estão acampados em frente ao quartel do Exército, em Brasília, em protesto contra a vitória de Lula (PT).

Alan Rodrigues foi citado em depoimento à polícia pelo empresário bolsonarista George Washington de Oliveira Sousa, que confirmou a participação na tentativa de explodir um caminhão de combustível perto do aeroporto. A tentativa do atentado foi frustrada após falha técnica do detonador do explosivo e ação policial para desarmar a bomba.

O empresário foi preso após o motorista do caminhão identificar o explosivo no veículo. Sousa é morador no Pará e está capital federal ecoando pedidos de golpe para que Lula não assuma o poder. O suspeito ainda estava em posse de um arsenal de duas espingardas, um fuzil, dois revólveres, três pistolas, centenas de munições.

À polícia, disse que o plano inicial era ‘impor estado de sítio’ no País com a explosão. No depoimento, ele ainda afirmou que contou com o auxílio de outros manifestantes acampados em frente ao QG do Exército.

A intenção do grupo, diz o homem, era ainda explodir parte das instalações elétricas na capital federal. “Uma mulher desconhecida sugeriu aos manifestantes do QG que fosse instalada uma bomba na subestação de energia em Taguatinga para provocar a falta de eletricidade e dar início ao caos que levaria à decretação do estado de sítio”, contou Sousa no depoimento.

Souza também citou o nome de outro manifestante que teria envolvimento no atentado. O nome do suspeito, no entanto, não foi divulgado pela PCDF para não atrapalhar as investigações.

Após a nova tentativa de causar violência em Brasília, o futuro ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, classificou o episódio como sendo ‘efeito do extremismo’ apoiado por Bolsonaro. Ele também disse que os acampamentos golpistas se tornaram ‘incubadoras de terroristas’.

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