Justiça
Por decisão unânime, STF rejeita recurso e mantem direitos políticos de Dilma Rousseff
Após ser retirada do cargo, o Senado decidiu não deixar a ex-presidente inelegível, mas decisão foi parar no STF


O Supremo Tribunal Federal rejeitou, por 10 votos a 0, recurso do PSL que buscava anular votação do Senado que manteve os direitos políticos da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) após impeachment, em 2016.
O julgamento ocorreu no plenário virtual e foi encerrado nesta sexta-feira 22, sem o voto do ministro Luís Roberto Barroso.
Os ministros seguiram o entendimento da relatora da ação, ministra Rosa Weber.
No voto, ela afirmou que não é possível ao STF tomar uma nova decisão sobre o caso e tampouco seria viável realizar uma nova votação.
Entenda o caso
Por decisão do Senado Federal, a ex-presidente não se tornou inelegível, o que seria uma consequência jurídica do processo de impedimento.
Na época, visando a aprovação do processo de impeachment, o Senado preferiu fatiar as votações, ficando a cargo dos congressista determinar de forma separada o afastamento definitivo de Dilma do cargo e a perda de seus direitos políticos por 8 anos.
Os senadores votaram então pelo impeachment da petista, no entanto, negaram a sua inelegibilidade nos anos seguintes.
A autorização para fatiar os pedidos partiu o ministro aposentado da Corte, Ricardo Lewandowski, que presidia o julgamento.
Com a decisão, o rito do processo de impedimento da ex-presidente foi diferente daquele adotado para julgar Fernando Collor de Mello e abriu um precedente na jurisprudência nacional.
A decisão gerou uma discussão jurídica, dado que a perda dos direitos políticos é considerada como uma pena acessória do impeachment.
Ainda à época da conclusão do processo, em agosto de 2016, diversas ações foram protocoladas no STF para analisar a constitucionalidade do rito adotado e da decisão que manteve os direitos políticos da petista.
Em setembro daquele ano, a relatora das ações, ministra Rosa Weber, negou as medidas liminares dos pedidos que pretendiam deixar Dilma impedida de ocupar cargo ou função pública.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

‘Condenaram uma inocente’, diz Dilma ao relembrar os 7 anos do impeachment
Por Wendal Carmo
Em giro pela China, Maduro se reúne com Dilma no Banco do Brics
Por CartaCapital