Justiça

Polícia prendeu 14 pessoas durante a busca por fugitivos de Mossoró; relembre os casos

Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento foram capturados nesta quinta-feira 4, no Pará, em ação conjunta da PF e da PRF

Rogério e Deibson, a dupla que fugiu de presídio em Mossoró. Foto: Divulgação/Secretaria Nacional de Políticas Penais
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Os cinquenta dias de buscas por dois fugitivos do presídio federal de Mossoró (RN) terminaram nesta quinta-feira 4. Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento foram recapturados durante uma ação conjunta das polícias Federal e Rodoviária Federal em Marabá, no Pará, a 1.600 quilômetros de distância da unidade de onde escaparam.

No meio do caminho, a força-tarefa que trabalhou nas buscas prendeu 14 pessoas por envolvimento no caso. As três primeiras detenções aconteceram ainda em fevereiro, dias após a administração do presídio confirmar a fuga.

Um dos presos foi Johnney Weyd Nascimento da Silva, irmão de Deibson, alvo de um mandado de prisão em aberto por roubo e formação de quadrilha. Dois dias antes, a PF havia detido duas pessoas por porte de drogas e armas com numeração raspada – a suspeita é que a dupla forneceria armamento aos fugitivos.

Em 21 de fevereiro, agentes das Forças Integradas de Combate ao Crime Organizado prenderam outro suspeito, por causa de mais um mandado de prisão temporária em aberto na Justiça Federal. Ele foi detido na comunidade de Quixabeirinha, no bairro Aeroporto, em Mossoró.

As investigações apontam que o homem teria buscado um carro no Ceará e o entregado a um indívidio ainda não identificado, que levaria o veículo a Baraúna (cidade localizada a 35 quilômetros de Mossoró), onde a PF suspeitava que estavam os fugitivos do presídio.

Em 26 de fevereiro, o mecânico Ronaildo da Silva Fernandes, de 38 anos, foi preso por auxiliar a fuga de Deibson e Rogério. Ele é dono de um sítio em que abrigou os fugitivos por oito dias. No local, a dupla chegou a cavar buracos para não ser vista por helicópteros ou drones com sensores de temperatura.

À polícia, Fernandes relatou ter sido ameaçado para fornecer a guarita. No entanto, a PF identificou inconsistências nos depoimentos e pediu a prisão à Justiça Federal do Rio Grande do Norte.

Em março, outro homem acusado de ajudar na fuga foi preso no Ceará. Suspeito de integrar uma facção criminosa com atuação na região, contra ele também havia um mandado de prisão, expedido pela 8ª Vara Federal de Mossoró.

A última prisão ocorreu na segunda-feira 1º, na Praia do Futuro, em Fortaleza, localizada a mais de 200 quilômetros do ponto de partida dos fugitivos. O homem de 25 anos mantinha relações próximas com outro suspeito detido no mês passado e foi preso por integrar uma organização criminosa.

Os outros seis envolvidos no caso foram presos nesta quinta-feira, no Pará. Rogério Mendonça (conhecido como Martelo) e Deibson Nascimento (chamado de Tatu ou Deisinho) estavam com mais quatro pessoas, em três carros, no momento da prisão. Com o grupo foram encontrados um fuzil e oito celulares.

Eles foram capturados em uma ponte e tentavam sair do País, segundo informou o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski. Os dois fugitivos voltarão para o presídio de Mossoró, onde a segurança foi reforçada e a direção passou por uma reformulação.

Acusados de integrar o Comando Vermelho, Rogério e Deibson são do Acre e estavam na penitenciária de Mossoró desde 27 de setembro de 2023, após envolvimento na rebelião no presídio de segurança máxima Antônio Amaro Alves, na qual cinco detentos foram mortos, três deles decapitados.

Deibson estava preso desde 2015 e havia passado pelo presídio federal de Catanduva (PR). O homem sofreu condenações e responde por assaltos, furtos, roubos, homicídio e latrocínio. Ele cumpria uma pena de 33 anos por assalto a mão armada.

Por sua vez, Rogério também cumpria pena no Acre quando foi determinada sua transferência para o Rio Grande do Norte. Ele foi condenado a cinco anos por envolvimento com o tráfico de drogas.

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