Justiça

PGR vê ‘viés político’ e se posiciona contra inquérito sobre relógio de Lula

Avaliado em 80 mil reais, o relógio, da marca Piaget, foi dado ao petista pelo então presidente da França, Jacques Chirac

O presidente Lula. Foto: Evaristo Sá/AFP
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A Procuradoria-Geral da República afirmou ter visto “claro viés político” e defendeu que o Supremo Tribunal Federal rejeite a abertura de um inquérito sobre um relógio de pulso recebido como presente oficial pelo presidente Lula (PT) em 2005. A manifestação da PGR é assinada pelo subprocurador-geral Carlos Frederico dos Santos e foi enviada à Corte nesta quinta-feira 19.

O pedido de investigação foi apresentado pelo deputado federal Rodrigo Valadares (União Brasil-SE), no âmbito do inquérito das milícias digitais.

Avaliado em 80 mil reais, o relógio, da marca Piaget, foi dado ao petista pelo então presidente da França, Jacques Chirac, e não consta da lista de presentes oficiais recebidos pelo petista em um documento enviado ao Tribunal de Contas da União.

Para a PGR, o parlamentar não teria apresentado elementos a comprovar a necessidade de uma investigação, baseando-se apenas em matérias jornalísticas. O subprocurador também argumentou que o relógio de Lula não possui qualquer relação com a investigação das milícias digitais, conduzida pelo ministro Alexandre de Moraes.

“Afigura-se necessário estabelecer filtragens a petições com claro viés político, que pretendem causar confusão jurídica e incriminar opositores por meio de conjecturas e abstrações desprovidas de elementos mínimos, de modo que deve ser negado seguimento a pleitos manifestamente descabidos”, escreveu.

No parecer, o representante do Ministério Público Federal também teceu críticas aos congressistas que acionam o Supremo para abrir investigações, ao invés de fazê-lo através da PGR.

“A autuação de notícias de fato como petições mostrou-se atalho para possíveis intenções midiáticas daqueles que, cada vez mais, endereçam comunicações de crimes imediatamente à Suprema Corte, em vez de trilharem o caminho habitual do sistema constitucional acusatório, noticiando os fatos ao Ministério Público” acrescentou.

O pedido de investigação sobre o relógio de Lula acontece em meio ao avanço da apuração sobre o desvio de presentes oficiais supostamente ocorridos durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro.

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