Justiça

Moraes rejeita pedido de Bolsonaro para arquivar investigação sobre fraude em cartões de vacina

A defesa do ex-presidente solicitou o fim da apuração com base em áudios de Mauro Cid

Moraes rejeita pedido de Bolsonaro para arquivar investigação sobre fraude em cartões de vacina
Moraes rejeita pedido de Bolsonaro para arquivar investigação sobre fraude em cartões de vacina
Jair Bolsonaro e Alexandre de Moraes. Foto: Antonio Augusto/TSE
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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, negou um pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para arquivar as investigações sobre um esquema de falsificação em cartões de vacinação contra a Covid-19. A decisão é desta segunda-feira 25.

Na semana passada, a Polícia Federal indiciou Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid e outras 15 pessoas por envolvimento no caso. Agora, cabe à Procuradoria-Geral da República decidir se apresenta ou não denúncias contra o grupo.

A defesa do ex-presidente solicitou o arquivamento da apuração com base em áudios revelados pela revista Veja na semana passada, no quais Cid dizia ter sido pressionado a relatar episódios inexistentes aos investigadores da PF durante a delação premiada.

Instado a se manifestar sobre as afirmações, contudo, o militar negou o conteúdo das gravações e reafirmou o interesse de seguir com a colaboração, cuja rescisão está em análise no Supremo.

À PF, Cid declarou que foi Bolsonaro quem pediu a falsificação dos certificados dele e da filha, versão que o ex-presidente refuta. Os investigadores trabalham com a possibilidade de essa fraude estar ligada à tentativa de golpe de Estado, articulada como forma de reverter o resultado da eleição de 2022.

No documento enviado a Moraes, os advogados de Bolsonaro argumentaram que os áudios lançaram “uma sombra de dúvidas” sobre o conteúdo da colaboração premiada. Também alegaram não haver elementos para acusar seu cliente de associação criminosa.

Para Moraes, contudo, arquivar o inquérito nesta fase “seria absolutamente prematuro”. O magistrado ainda observou ser “incabível ao investigado pretender pautar a atividade investigativa”.

“A autoridade policial apresentou relatório da investigação e os autos foram encaminhados à Procuradoria-Geral da República, para manifestação. A presente investigação, portanto, está em regular andamento, de modo que o arquivamento seria absolutamente prematuro.”

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