Justiça

Mamãe Falei desrespeitou ucranianas, diz juíza ao negar pedido do ex-deputado contra Boulos

Integrante do MBL, cassado na Alesp, cobrava indenização do político do PSOL por declarações sobre o assédio de mulheres na guerra

Fotos: Reprodução/Redes Sociais; e Agência Câmara
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A Justiça de São Paulo negou um pedido de indenização do ex-deputado estadual Arthur do Val, o Mamãe Falei, contra o deputado federal Guilherme Boulos.

Na acusação, o integrante do MBL pedia que o pessolista fosse obrigado, além da indenização, a se retratar por dizer que Mamãe Falei foi à Ucrânia assediar mulheres. A juíza Marcela Filus Coelho, da 1ª Vara da Juizado Especial Cível, no entanto, não acatou o pedido.

Na decisão, ela assinalou que “fica claro que ele [Mamãe Falei] de fato desrespeitou as mulheres”. Para tal, a magistrada reforçou um trecho das próprias declarações de Do Val durante sua passagem pela Ucrânia, em 2022. Na gravação ele dizia que ‘as mulheres ucranianas são fáceis, porque são pobres’.

“Ainda que o autor (Mamãe Falei) negue a prática de ato ofensivo, no áudio fica claro que ele de fato desrespeitou as mulheres. Ao dizer: ‘colei em duas minas’, as quais, segundo a sua opinião, são ‘fáceis’, revela que sua intenção era objetificá-las e menosprezá-las, até porque, também segundo a sua concepção, ‘elas são pobres’.”

O áudio em questão, além de motivar a derrota judicial, levou o então deputado a ser cassado em maio de 2022, por quebra de decoro parlamentar. Ele se tornou inelegível por 8 anos.

Ainda segundo a decisão, Boulos não teria cometido abusos ao citar o termo assédio. Na concepção da juíza, ele usa o termo para descrever a impertinência de Mamãe Falei no Leste Europeu.

“O demandado (Boulos) aludiu apenas ao termo assédio, no sentido de insistência impertinente, fato que ocorreu. O demandante (Mamãe Falei), ao relatar que ‘colou’ nas ‘minas fáceis e pobres’, revela que lá esteve para importunar e menosprezar quem enfrenta uma guerra.”

Os envolvidos ainda não comentaram a decisão.

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