Justiça
Formatura: Aluna da USP é indiciada 9 vezes pelo crime de apropriação indébita
Alicia Dudy Muller teria usado quase 1 milhão de reais dos colegas de medicina para fins pessoais, como aluguel, carro e equipamentos eletrônicos


A Polícia Civil indiciou a estudante de medicina da USP Alicia Dudy Muller Viega por ter supostamente cometido nove vezes o crime de apropriação indébita pelo desvio de 937 mil reais da Comissão de Formatura.
O relatório final das investigações foi entregue ao Ministério Público, que avaliará se promoverá a denúncia contra a estudante.
Na semana passada, uma operação de busca e apreensão recolheu equipamento eletrônicos, um carro alugado e anotações pessoais da jovem que contêm informações sobre os delitos investigados.
Na sexta-feira, 27, a Polícia Civil ouviu a nova presidente da comissão de formatura de medicina da USP que informou que Alicia havia mudado as senhas e bloqueado o acesso aos e-mails da comissão.
Ao todo, a polícia encontrou no apartamento da indiciada 17 comprovantes de loteria referente aos prêmios ganhos com o dinheiro dos colegas. Apesar de ter recebido parte do dinheiro de volta, Alicia perdeu mais dinheiro do que arrecadou com as apostas.
A quebra do sigilo bancário da estudante foi autorizado pela Justiça e os bancos deverão informar às autoridades toda a movimentação feita na conta da investigada.
Conforme seu interrogatório à polícia, Alicia afirmou que mentiu sobre ter sofrido uma fraude em uma aplicação e perdido o dinheiro dos colegas.
A estudante é alvo de dois inquéritos. O primeiro apura o crime de apropriação indébita dos valores da formatura e o segundo, apura crimes de estelionatário e lavagem de dinheiro contra uma lotérica, em 2022.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.