Justiça

Em novo revés, STF nega pedido de Bolsonaro para anular investigação sobre fraude em cartões de vacina

Decisão assinada pela ministra Cármen Lúcia diz que a defesa do ex-presidente não conseguiu comprovar as alegações de “flagrante ilegalidade” na apuração

Em novo revés, STF nega pedido de Bolsonaro para anular investigação sobre fraude em cartões de vacina
Em novo revés, STF nega pedido de Bolsonaro para anular investigação sobre fraude em cartões de vacina
O ex-presidente Jair Bolsonaro. Foto: Evaristo Sá/AFP
Apoie Siga-nos no

A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal, negou pedido do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para anular a investigação sobre suposta fraude em cartões de vacinação. Foi essa apuração que levou Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do então presidente, à prisão e apreendeu o celular do próprio Bolsonaro.

O revés consta de despacho assinado neste sábado. A invalidação poderia abrir caminho para anular outras duas investigações que miram o ex-presidente: os inquéritos da articulação golpista para mantê-lo no poder após as eleições de 2022 e do desvio de presentes do acervo presidencial. Bolsonaro foi indiciado pela Polícia Federal nos três casos, mas nega as acusações.

Na decisão, Cármen escreveu que os advogados do ex-capitão não comprovaram “flagrante ilegalidade” do ministro Alexandre de Moraes, que determinou a abertura da investigação. “Ausentes os requisitos legais autorizadores desta impetração, na esteira da consolidada jurisprudência deste Supremo Tribunal, indefiro o presente mandado de segurança”.

A defesa de Bolsonaro questionava a forma como Moraes abriu a apuração sobre as fraudes nos cartões de vacina, a partir do chamado inquérito das milícias digitais. O pontapé inicial foi quebrar o sigilo telemático de Cid quando ele ainda auxiliava o então presidente, em 2022. Foi a partir disso que a PF descobriu as suspeitas sobre o esquema de falsificação dos dados.

Com o avanço da apuração, os dois foram alvos da Operação Venire, que prendeu o ex-ajudante de ordens e outras cinco pessoas, e cumpriu mandado de busca e apreensão na casa do ex-presidente. Depois de ficar quatro meses preso, Cid fechou um acordo de delação premiada, homologada posteriormente pelo STF.

Não foi a primeira vez que a defesa do ex-presidente tentou anular essa investigação. No ano passado, os advogados de Bolsonaro assinaram uma ação, apresentada em nome do PP, também questionando a apuração. O pedido, contudo, não foi aceito pelo ministro Dias Toffoli.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo