Justiça

Daniel Silveira vira réu por portar celulares enquanto estava detido na Superintendência da PF no Rio

A denúncia do Ministério Público Federal contra o ex-deputado bolsonarista foi acatada nesta segunda-feira pela Justiça

Daniel Silveira vira réu por portar celulares enquanto estava detido na Superintendência da PF no Rio
Daniel Silveira vira réu por portar celulares enquanto estava detido na Superintendência da PF no Rio
O ex-deputado Daniel Silveira. Foto: Plínio Xavier/Agência Câmara
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A Justiça Federal do Rio de Janeiro tornou o ex-deputado federal Daniel Silveira réu por portar dois celulares enquanto estava detido na Superintendência da Polícia Federal no estado.

De acordo com a denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal, o bolsonarista entrou com seus dois aparelhos de uso pessoal – um iPhone 11 Pro e Samsung Galaxy – na Sala de Estado-Maior em que ficou custodiado na repartição policial, em fevereiro de 2021. Os celulares foram apreendidos da mala de Silveira por agentes do setor de inteligência durante uma inspeção.

A denúncia assinada pelo procurador Eduardo Benones pedia a condenação do ex-deputado pelo crime previsto no artigo 349-A do Código Penal, cuja pena pode chegar a um ano de detenção e multa.

“Durante toda a custódia, os policiais federais o lembravam da proibição do acesso aos dispositivos e as equipes de plantão solicitavam aos visitantes que deixassem seus aparelhos na recepção e apenas os utilizassem na área externa do estabelecimento”, diz um trecho da denúncia do MPF. Em 2023, três assessores foram absolvidos da acusação de terem entregado os aparelhos a Silveira.

Mário Sergio de Souza, Pablo Diego Pereira da Silva e Rafael Fernando Ramos também havia sido denunciados por “ingressar, promover, intermediar, auxiliar ou facilitar a entrada de aparelho telefônico de comunicação móvel, de rádio ou similar, sem autorização legal, em estabelecimento prisional”.

Os investigadores afirmaram que câmeras de segurança flagraram o momento em que eles entregavam os celulares. Mario teria entregue o aparelho às 8h05 do dia 17 de fevereiro. Rafael, por sua vez, levou o celular ao então deputado às 18h08 do mesmo dia. Já Pablo Diego guardou e carregou com ele os telefones posteriormente apreendidos com Silveira.

A absolvição só ocorreu porque, durante os depoimentos, um delegado e três agentes que estiveram de plantão quando o bolsonarista esteve preso na PF disseram que não houve revista após a detenção. 

Na ocasião, Silveira foi preso por ordem do Supremo Tribunal Federal em razão dos ataques desferidos a integrantes da Corte. Por meio de vídeos publicados nas redes sociais, ele afirmou que “o ministro Edson Fachin merecia levar uma surra com um gato morto” e defendeu o Ato Institucional nº 5, o mais duro decreto da ditadura militar brasileira.

O ex-deputado foi condenado a 8 anos de prisão por estimular atos antidemocráticos e incitar animosidade entre as Forças Armadas e o STF. Silveira acumula idas e vindas da cadeia desde 2021. Na semana passada, o ministro Alexandre de Moraes negou conceder indulto ao bolsonarista e determinou que ele volte a cumprir o restante de sua pena no regime semiaberto.

CartaCapital pediu um posicionamento à defesa de Daniel Silveira, que ainda não se manifestou.

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