Justiça
Brasil foi agraciado com a responsabilidade e a força do silêncio de Aras, diz Toffoli
O ministro do STF ainda exaltou ‘a paciência e a discrição’ do procurador-geral da República, que vive seus últimos momentos no cargo


O ministro do Supremo Tribunal Federal Dias Toffoli enalteceu nesta segunda-feira 25 o trabalho do procurador-geral da República, Augusto Aras, que vive seus últimos dias no cargo. A partir da quarta-feira 27, o órgão deve ser comandado de forma interina.
Para Toffoli, o Brasil teve “graça” sob a gestão de Aras. “Mas por que eu digo isso? Se não fossem a responsabilidade, a paciência, a discrição e a força do silêncio de sua excelência, Augusto Aras, talvez nós não estivéssemos aqui”, afirmou o magistrado.
“Nós não teríamos, talvez, democracia. Nós estivemos muito perto da ruptura. Na ruptura não tem Ministério Público, não tem direitos”, acrescentou Toffoli.
Ainda não há um nome definido pelo presidente Lula para substituir Aras. Nos últimos meses, o procurador-geral fez campanha aberta por sua recondução, hipótese que encontrou forte resistência devido à postura da atual gestão em relação ao governo de Jair Bolsonaro.
As declarações de Toffoli foram concedidas em uma cerimônia do Conselho Nacional do Ministério Público, marcada por homenagens a personalidades que prestaram serviços relevantes ao MP.
Além de Toffoli, foram homenageados:
- Sepúlveda Pertence – ex-ministro do STF (homenagem póstuma);
- José Carlos Couto – subprocurador-geral de Justiça Militar (homenagem póstuma);
- Humberto Martins – ministro do Superior Tribunal de Justiça;
- Ribeiro Dantas – ministro do STJ;
- Mauro Campbell – ministro do STJ;
- José de Lima – procurador-geral do Trabalho;
- Norma Angélica Cavalcanti – procuradora-geral de Justiça do MP da Bahia;
- Marfan Vieira – subprocurador-geral de Justiça do MP do Rio de Janeiro; e
- Gustavo Rocha – ex-conselheiro do CNMP e secretário da Casa Civil do DF.
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