Justiça

Associação de procuradores deve se reunir com Lula para discutir sucessão de Aras

Esta será primeira reunião que da ANPR com o petista desde que ele venceu as eleições e deve formalizar a entrega da lista tríplice

Associação de procuradores deve se reunir com Lula para discutir sucessão de Aras
Associação de procuradores deve se reunir com Lula para discutir sucessão de Aras
Lula foi o primeiro presidente da República a escolher um procurador-geral por meio da lista, em 2003. Foto: Silvio Avila/AFP
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Depois de muito insistir, a Associação Nacional de Procuradores da República deve ser recebida nos próximos dias pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para discutir a sucessão de Augusto Aras à frente da PGR.

O encontro foi articulado por Ubiratan Cazetta, representante da categoria, durante um rápido bate-papo no Palácio do Planalto. A conversa durou poucos minutos e, segundo auxiliares de Lula, aconteceu em um convescote realizado após a posse de Celso Sabino como ministro do Turismo.

Na audiência, prevista para acontecer nos próximos dias, Cazetta planeja formalizar a entrega da lista tríplice produzida pela entidade para a disputa pela PGR.

Esta será primeira reunião que da ANPR com o petista desde que ele venceu as eleições em outubro do ano passado. Integrantes da associação têm dialogado com ministros do governo. A lista tem como candidatos Luiza Frischeisein, Mário Bonsaglia e Luiz Adonis.

Lula foi o primeiro presidente da República a escolher um procurador-geral por meio da lista, em 2003, mas agora avalia indicar o sucessor de Aras – cujo mandato se encerra em 26 de setembro – sem seguir os nomes sugeridos pelos procuradores.

Candidatos ao cargo

Um dos principais cotados para suceder o atual PGR é o vice-procurador-geral eleitoral Paulo Gonet Branco, que apresentou uma dura manifestação pela inelegibilidade de Jair Bolsonaro. O procurador Antônio Carlos Bigonha também é citado como forte pretendente à vaga.

Quem também deve ser recebido pelo petista para uma audiência nos próximos dias é Augusto Aras. Com a campanha pela recondução na rua, o baiano pretende fazer um balanço de sua gestão, com ênfase no desmonte da Lava Jato e na descriminalização da política.

Críticos ao atual PGR apontam que a sua gestão foi marcada pela ausência de denúncias em relação à conduta do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na pandemia de Covid-19.

O nome de Aras, porém, já recebeu elogios de aliados de Lula, como o líder do PT no Senado, Jaques Wagner (PT/BA), que já disse que o PGR “prestou importante serviço ao Brasil”.

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, por sua vez, elogiou o trabalho de Aras, ressaltando que, na sua visão, ele superou a “avalanche de perseguição e de lavajatismo”.

Em 2021, Aras foi o responsável por acabar com a força-tarefa do Paraná. Recentemente o procurador se vangloriou, em post nas redes sociais, de ter ‘desestruturado as bases do lavajatismo’. Ele tem, repetidamente, feito balanços sobre ações positivas da sua gestão.

Apesar da campanha intensa e dos acenos importantes, o alinhamento do procurador com a gestão Bolsonaro é o principal motivo de resistência no núcleo duro do governo. Desde setembro de 2019, quando assumiu o cargo, Aras encerrou mais de 70% dos pedidos de investigação que tinham como alvo o ex-presidente.

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