Justiça
Após questionamentos do MPF, governo adia envio da Força Nacional ao Rio
O envio de 300 agentes havia sido anunciado na segunda-feira como parte dos esforços para combater o avanço do crime organizado no estado


O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), decidiu adiar o envio de agentes da Força Nacional para reforçar a segurança no Rio de Janeiro após o Ministério Público Federal questionar a pasta sobre as ações promovidas pela corporação no estado.
A decisão consta de ofício enviado ao governador Cláudio Castro (PL) nesta quarta-feira 4. O envio dos profissionais tinha sido anunciado na segunda-feira durante a assinatura de duas portarias para reforçar o enfrentamento à violência no Rio e na Bahia.
O plano inicial previa que 300 agentes e 50 carros da Força fossem enviados ao estado para dar apoio às equipes policiais locais por tempo indeterminado.
Esse contingente estaria responsável por vigiar as entradas do Complexo da Maré, enquanto policiais civis e militares do Rio fariam operações diárias na comunidade para tentar cumprir dezenas de mandados de prisão em aberto.
O trabalho envolveria prioritariamente ações de inteligência, focadas em desestruturar as ações do crime organizado e assegurar a prisão de lideranças.
No documento enviado ao ministério, o procurador Júlio José Júnior deu prazo de 10 dias para a pasta informar se as ações da Força Nacional obedecerá recomendações impostas pela Corte Interamericana de Direitos Humanos e pelo Supremo Tribunal Federal sobre o uso de câmeras corporais durante operações policiais, entre outras diretrizes.
Até o momento, não há previsão de um novo cronograma para o uso integrado das forças de segurança. O secretário-executivo do ministério, Ricardo Cappelli, deve viajar ao Rio nesta semana para discutir as ações com a Procuradoria da República.
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