Justiça

Acusado de assédio na Caixa, bolsonarista Pedro Guimarães se compara a Kevin Spacey

Ex-presidente da Caixa comenta absolvição do ator norte-americano; do ponto de vista processual, Guimarães, diferentemente de Spacey, não é considerado inocente

Pedro Guimarães, ex-presidente da Caixa Econômica Federal. Foto: Flickr
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O ex-presidente da Caixa Econômica Federal CEF), Pedro Guimarães, que é acusado de assédio sexual e moral por funcionárias do banco, utilizou as redes sociais para se comparar ao ator norte-americano Kevin Spacey. Em publicação feita na quarta-feira 26, Guimarães comentou o julgamento do ator, que foi considerado inocente em nove acusações de abuso sexual no Reino Unido. Ele cita também o caso do ator Johnny Depp.

“Eles também foram massacrados. Carreiras destruídas. E, ambos, demonstraram que as acusações eram inverídicas”, afirmou Guimarães.

Há diferenças, porém, entre os casos de Kevin Spacey e do ex-presidente da Caixa. O ator norte-americano foi absolvido pelo júri após mais de 12 horas de julgamento. O tribunal inglês, aliás, seguiu outra decisão tomada nos Estados Unidos, no ano passado, que rejeitou ações da mesma natureza contra Kevin.

Já Pedro Guimarães é acusado de assediar sexualmente funcionárias da Caixa. Em abril, o banco fez um acordo de 10 milhões de reais com o Ministério Público do Trabalho do Distrito Federal (MPT-DF), evitando o processo relativo a casos de assédio cometidos durante a gestão de Guimarães no banco.

Dessa forma, diferentemente do caso do ator norte-americano, Pedro Guimarães não pode, juridicamente, ser considerado inocente.

Na Justiça, a Caixa segue buscando compensação financeira pelos casos de assédio moral e sexual protagonizados pelo bolsonarista. O banco cobra o ressarcimento de 52 mil reais pagos pela instituição como reparação a um funcionário que acusou o ex-presidente. O caso em questão envolve um funcionário que diz ter sido coagido pelo ex-presidente a comer pimenta e responder se era “bambi” e “fresco”.

A instituição ainda acusa o ex-dirigente de improbidade administrativa. Na ação, a Caixa alega que Guimarães indicou a si mesmo para integrar mais de vinte conselhos de empresas públicas e privadas das quais o banco é sócio, mesmo que a legislação permitisse a participação em apenas dois colegiados.

O banco argumenta que o crime de improbidade teria sido comprovado na constatação de que o executivo apenas recebia pela participação formal nos conselhos, mas sequer comparecia às reuniões do colegiado.

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