Esporte

Bolsonarismo? Elitismo? O que é o Movimento Verde e Amarelo, que acompanha o Brasil no Catar

Criada em 2008 sob a premissa de ser a primeira torcida organizada da Seleção Brasileira, o grupo levou 5 mil representantes para a Copa

Movimento Verde e Amarelo. Reprodução
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Quem acompanha os jogos do Brasil na Copa do Mundo do Catar provavelmente já notou: na arquibancada, torcedores brasileiros erguem faixas amarelas com os dizeres ‘Movimento Verde Amarelo’.

Alguns podem até ter associado o nome aos atos golpistas promovidos por simpatizantes de Jair Bolsonaro nos quartéis e rodovias. A história, contudo, é mais complexa.

Criada em 2008 sob a premissa de ser a primeira torcida organizada da Seleção Brasileira, o Movimento Verde Amarelo levou cerca de cinco mil integrantes ao Catar.

É a terceira vez que o grupo, criado por  universitários, marca presença no Mundial. Eles também participaram de outros torneios, como Copa América, Jogos Olímpicos, Copa das Confederações, entre outros. Ao longo dos anos, ganhou o apoio de diversos patrocinadores, como as marcas Brahma, Guaraná Antarctica, Cimed e Stella Barros Turismo. 

Nessa edição, o grupo se envolveu em uma confusão com outros torcedores do Brasil depois que um de seus integrantes tentou tirar uma bandeira da Gaviões da Fiel da arquibancada do estádio 974, durante a partida entre Brasil e Suíça, pela fase de grupos do Mundial do Catar. 

Ao portal UOL, o vice-presidente da organizada corintiana, Danilo Oliveira, criticou duramente os membros do Movimento Verde Amarelo

“Esse Movimento Verde Amarelo já começou totalmente errado. É a primeira organizada que nasce da burguesia. As organizadas dos clubes são todas oriundas da periferia e da classe trabalhadora, dos excluídos. Eles (MVA) foram na contramão, e você vê isso pelos patrocínios”, explicou.

Ele também destacou a ausência de negros na torcida organizada. 

“Mais de 50% da população brasileira é negra e você não vê um negro nesse movimento. Isso já mostra a posição que eles ocupam. E não vejo como a seleção brasileira possa ter uma torcida organizada, uma vez que carrega o símbolo do CBF.”

Por meio de sua assessoria de imprensa, o Movimento Verde Amarelo rebateu algumas das críticas. Carlos Júnior, assessor da torcida, afirma que ela tem “integrantes de todas as classes sociais, pessoas que estão aqui com muito planejamento e muito custo”. 

Ele diz que também há torcedores das mais diversas regiões do Brasil e negros.

No entanto, tanto organizadores do MVA quanto diretores das torcidas organizadas dos times nacionais fazem a mesma ressalva: não existe incentivo da CBF para os torcedores. 

Ao contrário do que acontece em outros países da América Latina, como Chile e Argentina, onde as confederações fornecem os ingressos e custeiam as despesas para a torcida, a CBF não prevê nenhum benefício para os brasileiros que queiram acompanhar a Seleção. 

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