Economia

Reunião do CMN termina sem revisão na meta da inflação

Encontro durou apenas 28 minutos e sequer tratou do tema

Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil
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O Conselho Monetário Nacional (CMN), formado pelos ministros Fernando Haddad e Simone Tebet, além do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, se reuniu nesta quinta-feira 16 pela primeira vez no governo Lula (PT). O encontro terminou sem qualquer discussão sobre a meta da inflação ou sobre a taxa básica de juros.

Há alguns dias, circulou a expectativa de que o governo fosse propor uma revisão da meta de inflação como forma de conter a alta taxa de juros praticada no País. Haddad, porém, descartou a iniciativa antes mesmo da reunião, alegando que o tema não havia sido colocado na pauta. Campos Neto, também antes do encontro, se posicionou de forma contrária à iniciativa de revisar a meta.

O encontro entre os ministros da Fazenda, do Planejamento e o executivo do Banco Central ocorreu em meio ao aumento da tensão entre Campos Neto e o governo Lula. O petista tem externado críticas ao BC no que diz respeito à manutenção da Selic em 13,75%. Na noite desta quinta-feira, Lula repetiu as críticas em duas agendas oficiais.

O BC, porém, alega que manter o índice nas alturas é necessário para conter uma escalada da inflação. Não por acaso, uma revisão na meta foi especulada. Os temas, porém, sequer foram debatidos. Em pauta esteve apenas o balanço da instituição. A meta da inflação segue, portanto, em 3,25%, com tolerância de 1,5 ponto percentual em 2023 e 3% em 2024 e 2025. Já a Selic está fixada em 13,75%.

Em apenas 28 minutos, os resultados do BC – pauta do encontro – foram apresentados e aprovados pelo CMN. O banco registrou, no último ano, um prejuízo de 298,5 bilhões de reais. O balanço ainda passará pela avaliação de auditores independentes.

O saldo negativo, explicou o executivo no encontro, se deu pela queda do dólar em relação ao real e pela subida dos juros americanos. O BC tem 325 bilhões de dólares na carteira, o que justificaria o impacto negativo.

Segundo os executivos, parte do resultado negativo será coberta pelo Tesouro Nacional. O restante será dividido entre reserva de resultado e redução de patrimônio do BC.

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