Economia

Mercadante ironiza atuação de Campos Neto e pede ‘aplausos’ ao presidente do Banco Central

Chefe do BNDES disse não ter ‘muitas expectativas’ sobre a reunião do Copom desta terça-feira. O encontro vai decidir sobre a taxa Selic

Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
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Aloizio Mercadante, atual presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), ironizou a atuação de Roberto Campos Neto no comando do Banco Central, em especial no que diz respeito à taxa de juros praticada no País. Em evento dos 71 anos do BNDES nesta terça-feira 20, Mercadante pediu ‘aplausos’ ao presidente do BC.

“Esse novo marco de responsabilidade fiscal ajudou a taxa de juros de mercado futuro de longo prazo cedesse, o câmbio veio para 4,70, a inflação desabou, o preço dos atacados desacelerando, mas estamos com a maior taxa de juros. É uma taxa que está crescendo em termos reais porque a inflação está caindo e a taxa continua em 13,75%”,  iniciou.

“O País que tem uma das menores inflações tem a maior taxa de juros. Mas eu aqui não vou fazer pressão hoje, vou fazer que nem fiz na Fiesp, vamos dar uma salva de palmas para o presidente do Banco Central na nossa expectativa do que vai vir do Copom nesta semana…ainda que eu não tenha grandes expectativas”, ironizou em seguida. “Mas vamos bater palmas para ele, quem sabe a gente consegue sensibilizar”, insistiu.

O pedido irônico de Mercadante foi prontamente atendido pela plateia do auditório que acompanhava a celebração do aniversário do BNDES.

Apesar do aplauso…

O Comitê de Política Monetária (Copom), citado por Mercadante na crítica a Campos Neto, irá se reunir nesta terça-feira para tratar de possíveis mudanças na taxa básica de juros. Apesar dos indicadores pressionarem e da irônica tentativa do economista para ‘sensibilizar’ o BC, a sinalização é de que não haverá mudanças e Selic será mantida em 13,75%.

A declaração de Mercadante, vale dizer, nesta terça também se une aos apelos públicos de Fernando Haddad, ministro da Fazenda, e outros integrantes do governo. O próprio presidente Lula tem feito cobranças duras pela derrubada dos juros. O líder do governo no Senado, Randolfe Rodrigues, recentemente, chegou a pedir a demissão de Campos Neto diante da resistência em mudar o índice. Lula também afirmou que o executivo deveria dar explicações no Congresso.

Para além das críticas, a expectativa mais otimista é de que uma queda gradual no índice seja feita a partir de agosto. Na projeção mais recente divulgada no boletim Focus, do BC, investidores apontaram que o ano terminará com taxa de 12,25%. Nas últimas oito semanas a estimativa era de 12,50%.

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