Economia

Governo lança programa com descontos de até 11,6% para carros novos; confira os detalhes

Primeira quinzena será reservada a cidadãos comuns e motoristas autônomos

Foto: Joédson Alves/Agência Brasil
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O governo Lula anunciou um desconto maior para a compra de veículos no programa de incentivos fiscais à indústria automotiva, em comunicado oficial dos ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Geraldo Alckmin (Desenvolvimento, Indústria e Comércio), nesta segunda-feira 5.

De acordo com os ministros, o desconto mínimo passa a ser de 1,6%, para veículos de até 120 mil reais, e de até 11,6%, para os veículos que atingirem o máximo de três critérios: preço mais baixo, sustentabilidade energética e densidade industrial. Em valores reais, os descontos devem variar entre 2 mil e 8 mil reais.

A primeira quinzena do programa será reservada para que cidadãos comuns e motoristas autônomos possam adquirir os seus carros novos, com possibilidade de prorrogação, a depender da demanda.

O plano vai incluir caminhões e ônibus. O menor desconto, para caminhões pequenos, será equivalente a 33,6 mil reais, e o maior crédito será de 99,4 mil reais, para caminhões grandes e ônibus.

Porém, para a obtenção desses benefícios, os interessados precisarão apresentar um documento que comprove a retirada de um veículo semelhante, com mais de 20 anos de circulação, para a reciclagem.

De acordo com Haddad, a inclusão de caminhões e ônibus no programa partiu de uma reivindicação do setor representado na Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores, a Anfavea. A solicitação teria ocorrido em uma solenidade em 25 de maio.

O programa está orçado em 1,5 bilhão de reais, sendo 500 milhões para automóveis, 700 milhões para caminhões e 300 milhões para vans e ônibus. O plano deve durar enquanto houver recursos.

Segundo o ministro da Fazenda, os gastos com o programa serão compensados com a antecipação da reoneração do diesel. O governo previa reonerar o combustível em 35 centavos em janeiro do ano que vem, mas decidiu transferir 11 centavos para daqui a noventa dias.

De acordo com a Anfavea, a indústria brasileira hoje vende 2,1 milhões de veículos novos por ano, número bem inferior aos 3,8 milhões de 2013. A entidade defendia uma duração de 12 meses para o programa. Segundo Haddad, não foi possível abrir um programa “sem teto”.

“Ele [o programa] tem que ser compensado de alguma maneira. Nós fixamos o teto de 1 bilhão e meio. Pode ser que leve seis meses. Pode ser que em um mês… Se isso acontecer, é porque a indústria vendeu muito, não é porque a indústria vendeu pouco”, declarou.

Segundo estudo da consultoria Jato do Brasil, o valor médio atual de um carro novo é de 140 mil reais. Entre 2017 e 2022, houve um salto de 85% nessa cifra. Além disso, o menor valor de um carro é de 68.990 reais.

O governo acredita que o desconto deve superar os oito mil reais e fazer com que os carros populares custem menos que 60 mil reais, porque as fabricantes devem adicionar descontos com recursos privados.

Porém, segundo a Jato do Brasil, apenas seis veículos de menos de 75 mil reais atingem o máximo dos critérios elencados pelo governo.

Ainda de acordo com a consultoria, a expectativa é que o programa não ultrapasse o acréscimo de 200 mil unidades na venda de automóveis.

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