Economia
Cade vai investigar se houve formação de cartel para aumento de preços dos combustíveis
A apuração foi autorizada pelo superintendente-geral do órgão, Alexandre Barreto de Souza


O Conselho Administrativo de Defesa Econômica vai investigar se houve formação de cartel para o aumento dos preços de combustíveis entre o final de dezembro e o início de janeiro. A apuração foi autorizada nesta quarta-feira 4 pelo superintendente-geral do órgão, Alexandre Barreto de Souza.
Souza atendeu a um pedido do presidente do Cade, Alexandre Cordeiro, e determinou que a apuração aconteça no âmbito de um inquérito administrativo já em andamento, cujo objeto também está relacionado à venda de combustíveis no País.
No pedido, Cordeiro elenca motivos que apontariam para uma suposta articulação dos postos para aumentar os preços diante da expectativa de que o governo voltasse a cobrar impostos federais sobre os combustíveis. Mesmo após o presidente Lula (PT) prorrogar a isenção da cobrança, contudo, os preços foram reajustados.
O presidente do Cade cita reportagens que relatam o aumento repentino dos preços em diferentes postos no Distrito Federal, no Espírito Santo, em Pernambuco e em Minas Gerais.
A alta nos preços também é alvo de investigação do Ministério da Justiça, ao qual o Cade é vinculado. Nas redes sociais, o Secretário Nacional do Consumidor, Wadih Damous (PT), disse ter notificado os estabelecimentos para explicarem o motivo do aumento.
Inaceitável e inexplicável a alta da gasolina pois não houve aumento no preço internacional do barril de petróleo e a isenção de tributos federais sobre os combustíveis foi renovada. Como Secretário Nacional do Consumidor já mandei notificar esses postos. Parece coisa orquestrada.
— Wadih Damous (@wadih_damous) January 2, 2023
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Ministérios divergem e lei sobre injúria racial cria primeiro ‘abacaxi’ para Lula
Por André Barrocal
Bolsonaro e Wal do Açaí desistem de defesa da AGU em ação por improbidade
Por Wendal Carmo