Economia

A Semana do Mercado: Mais sanções, Fed e IPCA movimentam os próximos dias

O editor de Finanças William Salasar apresenta as principais tendências da abertura dos mercados nesta segunda-feira 4

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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O mercado nesta semana deverá ser marcado por volatilidade, devido às perspectivas para a inflação, cuja aceleração persiste, e à indefinição na Petrobras, cujo indicado para presidente do Conselho de Administração, Rodolfo Landim, abdicou antes de assumir – e o indicado para presidente, Adriano Pires, está sendo impugnado pelo Ministério Público do Tribunal de Contas da União.

No front internacional, a União Europeia prepara novas sanções à Rússia, condenada por atrocidades cometidas por seus militares em várias cidades ucranianas. Nos Estados Unidos, o tema central no curto prazo continua sendo a política monetária do FED, que divulga na quarta as atas da última reunião de seu comitê de mercado aberto, o FOMC.

No Brasil, a semana reserva o IPCA de março, a ser conhecido apenas na sexta-feira. Porém, como observou a casa de análise Levante em seu boletim diário, hoje a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas divulgou o Índice de Preços ao Consumidor da quarta (e última) quadrissemana de março, mostrando que a inflação na cidade de São Paulo foi de 1,28%, ante 0,71% um ano atrás.

Também nesta segunda-feira, a Fundação Getúlio Vargas divulgou o Índice de Preços ao Consumidor Semanal da quarta quadrissemana de março, referente às sete maiores capitais brasileiras. A inflação foi de 1,35%, ante o 0,28 por cento de fevereiro. A Levante acrescenta que as expectativas para o Índice Geral De Preços – Disponibilidade Interna referente a março que a FGV divulga na quarta e para o IPCA de sexta são, respectivamente, de 2,3% e de 1,32%, elevando a inflação anual por esses dois indicadores para 15,5% (IGP-DI) E 10,97% (IPCA).

A conclusão dessa cesta de números é que a inflação está alta por qualquer métrica e difundida por todos os preços da economia. Ainda que o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirme que daqui para a frente os índices tendem a ceder.

Mas não dá para conferir se o mercado está efetivamente “comprando” a tranquilidade do presidente do BC, uma vez que, devido à greve em curso no BC, o relatório Focus, que mede o pulso dos economistas do mercado toda semana sobre suas expectativas a respeito de inflação e uma variedade de indicadores econômicos, não será publicado nesta semana e não se sabe quando o será. A gerência de Comunicação do BC anunciou que na próxima semana divulgará as datas presuntivas de publicação dos relatórios e das séries estatísticas da autoridade monetária.

O que se sabe ao certo é que a taxa básica de juros, a Selic, deverá subir pelo menos até 12,75% na reunião do Comitê de Política Monetária agendada para os dias 3 e 4 de maio. Esse é um dos principais motivos pelos quais o dólar vem caindo e já acumula baixa de cerca de 15% (hoje, o dólar comercial à vista abriu a 4,41 reais, ou 1,20% abaixo do fechamento da sexta-feira).

É uma boa notícia para a inflação, já que um dólar mais fraco, em outra palavras um real mais forte, significa preços mais palatáveis para uma série de produtos, destacadamente os combustíveis, cujos preços são corrigidos pelas cotações internacionais do petróleo, em dólares, convertidos para reais pela taxa de câmbio – justamente o pivô da crise na Petrobras. A empresa hoje também abriu em baixa (de 1,09%, a 32,05 reais), pesando no Índice Bovespa, do qual é uma das principais ações.

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