Cultura

Senado aprova Lei Aldir Blanc 2, que prevê apoio permanente ao setor cultural

Como já passou pela Câmara, texto segue para sanção presidencial

Senado aprova Lei Aldir Blanc 2, que prevê apoio permanente ao setor cultural
Senado aprova Lei Aldir Blanc 2, que prevê apoio permanente ao setor cultural
O plenário do Senado. Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado
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O Senado aprovou nesta quarta-feira a Lei Aldir Blanc 2, que cria uma política permanente para o setor cultural. Pelo texto, a União será responsável pelo investimento anual de R$ 3 bilhões. Os recursos serão destinados a estados e municípios a partir de 2023. A partir de 2024, haverá variação equivalente ao percentual de oscilação do Produto Interno Bruto (PIB). O texto vai à sanção presidencial.

A matéria foi batizada de Lei Aldir Blanc 2 por aperfeiçoar outra legislação de mesmo nome que tratava das políticas para o setor, mas expirou em 2021. Uma das diferenças agora é o caráter permanente da medida.

A senadora Simone Tebet (MDB-MS) ressaltou que a cultura foi “um dos setores mais atingidos pela pandemia” da Covid-19:

— Nós tivemos quase um milhão de pessoas desempregadas fruto do fechamento dos teatros, circos, espetáculos, enfim, dos cinemas e toda a atividade cultural. E quando nós, do Congresso Nacional, aprovamos a Lei Aldir Blanc, nós conseguimos repor imediatamente quase metade desses empregos. Mas isso não é suficiente.

Para Simone, a matéria também vai desburocratizar e dar mais celeridade aos repasses, “fazendo com que seja possível não só a universalidade, mas levar cultura para todos os cantos do Brasil”.

O senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), relator do projeto, também frisou que a cultura foi uma das áreas mais afetadas pela pandemia e que o caráter permanente da medida é “uma providência indispensável e urgente”.

— Trataremos sobre a proposta de lei não mais para os seus efeitos emergenciais, para prazos estabelecidos e, sim, para a sua permanência — disse Veneziano.

Marcelo Castro (MDB-PI), presidente da comissão de Educação, Cultura e Esporte, considerou “expressivo” o valor de R$3 bilhões e ressaltou o formato de distribuição adotado:

— Esse valor será distribuído por todos os estados e todos os municípios da Federação, na proporção de 50%, 50%. E esses recursos, proporcional, uma parte, em função do Fundo Municipal de Saúde, e outra parte, em relação à população. É uma lei da mais alta importância, de grande alcance social.

Representando o governo, o senador Carlos Portinho (PL-RJ) afirmou que o Planalto ficou satisfeito com a redação final da proposta, que disse ser “uma política pública verdadeira para o setor da cultura”.

— Fico satisfeito com o projeto, o governo também — disse.

Portinho relatou que foi feito um acordo de veto em relação ao trecho que trata da destinação do percentual de 3% da arrecadação bruta das loterias federais e similares cuja realização estiver sujeita a autorização federal, deduzindo-se este valor dos montantes destinados aos prêmios:

— Há um acordo feito para que o governo vete o percentual dos 3% e seja mantido esse veto, porque há outras inúmeras fontes, e sobrecarregar a loteria, que já atende a tantas outras importantes destinações, parecia demasiado.

Na semana passada, o Senado aprovou outra proposta de incentivo ao setor cultural, batizada de Lei Paulo Gustavo, que prevê repasse de mais de R$ 3,8 bilhões aos estados e municípios. O nome da lei foi dado em homenagem ao humorista, vítima da Covid-19 em 2021.

A proposta, garante o investimento de R$ 2,79 bilhões ao setor audiovisual e R$ 1,06 bilhão para outros projetos culturais.

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