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Senadores que ajudaram a eleger Pacheco receberam R$ 2,3 bilhões do orçamento secreto
Levantamento feito pelo jornal O Estado de S. Paulo revela que apoiadores do mineiro na eleição no Congresso se beneficiaram mais dos recursos que os opositores
Os senadores que votaram para ajudar o governo federal a eleger Rodrigo Pacheco (PSD-MG) como presidente do Senado receberam 2,3 bilhões de reais de emendas do orçamento secreto. O montante foi revelado neste sábado 9 pelo jornal O Estado de S. Paulo com base em informações prestadas pelos próprios parlamentares ao Supremo Tribunal Federal.
O montante bilionário é referente apenas a verbas recebidas em 2021. Os valores reúnem repasses desde fevereiro, quando Pacheco foi eleito. A revelação reforça as suspeitas de compra de apoio reveladas anteriormente por Delegado Waldir (União Brasil-GO) e, mais recentemente, por Marcos do Val (Podemos-ES), que admitiram terem recebido 50 milhões de reais em emendas por apoiarem as eleições de governistas no Congresso.
Vale ressaltar ainda que o repasse de 2,3 bilhões de reais aos governistas reforça ainda o pouco critério técnico na execução do orçamento secreto. Dos parlamentares que se opuseram ao nome de Pacheco e receberam verbas do orçamento secreto, o montante soma apenas 130 milhões de reais em emendas de relator.
Para identificar as cifras destinadas aos senadores que apoiaram um e outro candidato na disputa em 2021, a reportagem do jornal considerou as indicações de emendas encaminhadas pelos próprios parlamentares ao STF. Apesar da determinação da Corte, nem todos informaram os valores recebidos em emendas do orçamento secreto, o que, na prática, demonstra que o dinheiro repassado foi maior. Dos 57 votos dados a Pacheco, só 38 parlamentares informaram autoria de alguma emenda.
Até a sexta-feira, o governo Bolsonaro já havia liberado 7,7 bilhões de reis em verbas do orçamento secreto para deputados e senadores. O montante representa quase a metade dos 16,5 bilhões de reais autorizados para o ano.
A pressa na liberação é uma forma de não quebrar a lei eleitoral, que limita o repasse de recursos no período mais próximo à eleição. Não por acaso, Arthur Lira (PP-AL) chegou a criar uma ‘sala secreta’ para despachar os últimos valores antes das restrições legais. O espaço registrou filas de parlamentares e assessores em busca do aval de Lira para o empenho do recurso. Os repasses são usados para turbinar a eleição de parlamentares em busca de votos no período eleitoral.
(Com informações de O Estado de S. Paulo)
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