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Para 69% dos brasileiros, há corrupção no governo Bolsonaro, diz Datafolha

Só 23% acreditam que o atual governo não é corrupto

O presidente Jair Bolsonaro. Foto: Miguel Schincariol/AFP
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A mais nova rodada da pesquisa do instituto Datafolha, divulgada nesta sexta-feira 23, mostra que a maioria esmagadora dos brasileiros acredita que o governo de Jair Bolsonaro (PL) é corrupto.

Ao todo, 69% dos eleitores do País dizem que há corrupção na gestão do ex-capitão no Planalto. Na outra ponta, só 23% acreditam que Bolsonaro e sua equipe não são corruptos. Os dados estão em linha com a série histórica do instituto, tendo oscilado para baixo no índice que acredita em corrupção e para cima entre quem confia no governo.

Os dados mostram, portanto, que apesar da insistência de Bolsonaro em dizer que ‘extirpou a corrupção’ do País, seu discurso tem pouca aderência entre populares. Não por acaso, Bolsonaro tem mudado a linha das afirmações nesta reta final de seu mandato e alegar que ‘se procurar’ é possível encontrar casos de corrupção em seu governo. Ele justifica, porém, que a prática não seria ‘sistemática’.

Há ao longo do governo, no entanto, ao menos dez casos de corrupção revelados que indicam que a prática ocorreu em diferentes áreas da atual administração. No mais recente deles, divulgado nesta quinta-feira, há a suspeita de que a gestão de Milton Ribeiro no MEC tenha negociado propinas alocadas em pneu. O episódio se junta a outros envolvendo pastores e o ministro, como pedidos de propina em barra de ouro e até em bíblias.

Há ainda, em um intervalo recente, a suspeita de que o clã Bolsonaro tenha usado a compra de imóveis em dinheiro vivo para lavar dinheiro. O caso foi revelado pela reportagem do site UOL que mostrou que, em valores corrigidos, o ex-capitão e seu círculo íntimo de familiares movimentaram mais de 26 milhões de reais em espécie para comprar imóveis.

Vale mencionar ainda que, como esperado, o percentual de 69% registrado pelo Datafolha sobe para 93% entre aqueles brasileiros que consideram Bolsonaro como um presidente ruim ou péssimo. O grupo representa 44% dos entrevistados.

Para chegar ao resultado desta sexta, a pesquisa ouviu presencialmente 6.754 pessoas em 343 municípios entre os dias 20 e 22 de setembro. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. O levantamento, contratado pelo jornal Folha de S. Paulo e pela TV Globo, foi registrado no Tribunal Superior Eleitoral sob o código BR-04180/2022.

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