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Gestão de Milton Ribeiro no MEC teve pedido de propina escondida em pneu, diz jornal

Ao ‘Estadão’, o empresário paraense Ailson da Trindade afirmou que ministro permitiu que pastores lobistas negociassem 5 milhões para reformas em igrejas

O então ministro da Educação Milton Ribeiro e o pastor Arilton Moura em 30/11/2021. Foto: Luis Fortes/MEC
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O ex-ministro da Educação Milton Ribeiro permitiu que pastores negociassem obras em escolas federais. É o que afirmou o empresário do setor da construção civil Ailson Souto da Trindade, candidato a deputado estadual no Pará pelo Progressistas, ao jornal Estadão. 

Segundo ele, a propina paga por prefeitos aos religiosos para a facilitação da aprovação das verbas da Pasta deveria ser entregues em dinheiro vivo. O montante viajaria escondido na roda de uma caminhonete de Belém até Goiânia, cidade sede da igreja dos pastores. 

A denúncia do empresário traz novos elementos probatórios para o inquérito que apura a suposta interferência de Jair Bolsonaro (PL) nas investigações contra o ex-ministro da Educação. Milton Ribeiro e os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura foram presos após o escândalo que revelou que os religiosos cobravam propinas para liberar verbas e acesso ao ministro. 

https://twitter.com/Estadao/status/1573039021051334656

Trindade, um dos doze delatores do esquema de corrupção no MEC, afirma ter ouvido do ministro que obras públicas estariam garantidas a ele em troca de uma “ajuda” aos pastores. O repasse seria de 5 milhões em dinheiro vivo. A propina seria justificada por um contrato fraudulento firmado entre a igreja de Gilmar e a empresa do empresário.

O documento tratava da contratação da AST Empreendimentos Imobiliários pela Igreja Evangélica Assembleia de Deus – Ministério Cristo para Todos, de Goiânia.

Trindade, atual candidato a Assembleia Estadual do Pará, é investigado por crime de estelionato por aplicar golpes que prometiam a liberação de empréstimos para beneficiários do Bolsa Família. 

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