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Organização de jornalismo de mulheres tem rede social invadida e publicações apagadas

Integrantes do ‘Nós, mulheres da periferia’ denunciam que ataque aconteceu um dia após cobrirem ato contra Bolsonaro em São Paulo

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A organização de jornalismo ‘Nós, mulheres da Periferia’ teve sua conta no Instagram invadida nesta segunda-feira 31 e publicações deletadas. Em nota, as fundadoras apontam que a ação ocorreu um dia após a cobertura do ato Fora Bolsonaro, que teve repercussão pelo País no sábado 29.

“No próprio dia do ato, durante a cobertura, recebemos uma série de comentários racistas, como ‘negras, burras’ em uma das postagens”, afirmam em nota as integrantes, que estiveram presentes na manifestação de São Paulo, com concentração na Avenida Paulista.

“Nossas fotos de mais de 7 anos de trabalho, comprometido com as histórias e vozes das mulheres, foram todas apagadas. E, no lugar, estão sendo publicadas imagens aleatórias”, aponta a organização, que afirma já ter entrado em contato com o Facebook, detentor do Instagram, para as devidas providências.

“Precisamos visibilizar mais esse caso de ataque à liberdade de imprensa no Brasil”, denunciam as integrantes, ao lembrarem de casos parecidos com plataformas como a da Ponte Jornalismo e Portal Catarinas, que também ‘denunciam e jogam luz aos desmontes do atual governo e a violência contra mulheres e contra a população negra’.

A organização ainda relembra que o Brasil ocupa a 107ª colocação no Ranking Mundial da Liberdade de Imprensa de 2020 estabelecido pela Repórteres sem Fronteiras. Ao longo de 2020, 580 casos de ataques contra a imprensa foram registrados no monitoramento realizado pela RSF.

“O Nós reafirma seus valores como mídia independente, negra e periférica, principalmente nesse momento de pandemia, no qual mulheres negras e da periferia são dos grupos mais atingidos pela crise sanitária. Por isso, precisamos continuar contando nossas histórias, para que mais mulheres tenham acesso à informação como um direito universal”, atestam em comunicado.

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