O ex-juiz Sergio Moro usou as redes sociais nesta sexta-feira 14 para dizer que não aceita o convite apresentado pelo Grupo Prerrogativas para um debate sobre o sistema de Justiça no Brasil.
“Vejo que o clube dos advogados pela impunidade quer debater. Desculpem, mas este é um clube do qual não quero participar. Mas debato com o chefe de vocês, o Lula, a qualquer hora, sobre o mensalão e o petrolão”, disse o ex-juiz.
Mais cedo, em contato com CartaCapital, o advogado Marco Aurélio de Carvalho, coordenador do Prerrogativas, reforçou o convite a Moro, mas disse duvidar de que o ex-ministro de Jair Bolsonaro tivesse “coragem e espírito público” para aceitar.
Em entrevista à Veja publicada nesta sexta, Moro acusa o Prerrogativas de trabalhar “pela impunidade de corruptos”. Segundo o ex-juiz, declarado suspeito pelo Supremo Tribunal Federal em processos contra o ex-presidente Lula (PT), “esses mesmos advogados se arvoram de alguma espécie de ética, de alguma espécie de superioridade moral em relação ao Ministério Público e em relação aos juízes que participaram desses casos, mas, no fundo, a vergonha está neles”.
Para Carvalho, Moro deveria “prestar contas dos crimes que cometeu à frente da Lava Jato“, além de ter envergonhado “a toga e a magistratura e comprometido a credibilidade do nosso sistema de Justiça”.
“Ele não só desonrou a toga. Quando ele passou a servir, na condição de ministro da Justiça, ao presidente que ajudou a eleger, ele sujou as mãos de sangue. E tem responsabilidade direta em cada uma das 630 mil mortes que o Brasil chora hoje por causa das ações e omissões criminosas desse governo no combate à pandemia”, acrescentou o advogado.
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