CartaExpressa

Lewandowski dá 48 horas para o governo Bolsonaro se manifestar sobre a vacinação de crianças

Enquanto isso, o presidente ameaça expor técnicos da Anvisa que liberaram a imunização

Lewandowski dá 48 horas para o governo Bolsonaro se manifestar sobre a vacinação de crianças
Lewandowski dá 48 horas para o governo Bolsonaro se manifestar sobre a vacinação de crianças
O novo ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski. Foto: Nelson Jr./STF
Apoie Siga-nos no

O ministro Ricardo Lewandowski, estabeleceu nesta sexta-feira 17 o prazo de 48 horas para o governo de Jair Bolsonaro se manifestar sobre a inclusão de crianças de 5 a 11 anos no plano de vacinação contra a Covid-19.

Lewandowski publicou a determinação no âmbito de um pedido apresentado pelo PT, que se baseia na decisão anunciada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, na última quinta-feira 16, de autorizar a imunização de crianças com a vacina da Pfizer.

“Incluindo-se um cronograma que viabilize a cobertura vacinal adequada de toda a população infantil antes da retomada das aulas, bem como a previsão de um dia nacional (Dia D) para vacinação, ou mesmo a designação de possíveis datas para a realização de grandes mutirões de incentivo e vacinação”, diz trecho do pedido do PT.

O presidente Jair Bolsonaro, contrariado com a decisão da Anvisa, disse na quinta-feira que pais têm “direito de saber” os nomes dos profissionais da agência que aprovaram a vacinação de crianças.

Nesta sexta, a Associação de Servidores da Anvisa publicou uma nota de repúdio à intenção do governo federal de expor os técnicos. No texto, a organização chamou a medida de “método abertamente fascista” com possíveis “resultados trágicos”.

A Anvisa também repudiou as ameaças de Bolsonaro. Em nota, o órgão citou nominalmente o presidente da República e disse que “se encontra no foco do ativismo político violento”.

“A Anvisa está sempre pronta a atender demandas por informações, mas repudia e repele com veemência qualquer ameaça, explicita ou velada que venha constranger, intimidar ou comprometer o livre exercício das atividades regulatórias e o sustento de nossas vidas e famílias: o nosso trabalho, que é proteger a saúde do cidadão”, diz a nota. 

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo