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Gleisi admite que PT pode perder espaço no governo em reforma ministerial
Apesar do recuo na participação da sigla na equipe de Lula, Gleisi diz que partido ‘não faltará ao presidente’ no Congresso Nacional


A deputada Gleisi Hoffmann, presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), admitiu nesta quinta-feira 20 que o seu partido deve perder espaços no governo Lula assim que a reforma ministerial prometida ao Centrão for colocada em prática.
A expectativa é de que integrantes do PP e Republicanos sejam nomeados em ministérios a partir de agosto em uma tentativa de fortalecer a base de apoio no Congresso Nacional. Apesar de ainda não ter indicações concretas sobre quais pastas serão ofertadas aos parlamentares, Gleisi reconhece a possibilidade de que a mudança atinja alguma das cadeiras dadas ao PT no início do ano.
Em entrevista ao jornal O Globo, a deputada destacou que o partido não gostaria de perder espaço, mas garantiu que, se isso acontecer, o “PT não faltará a Lula”. A afirmação dá sinal verde para a troca sem que Lula perca votos na própria legenda no Congresso Nacional.
“O PT tem a compreensão do que significa ter uma composição política. Não gostaríamos de perder espaço no governo, porém, se isso for necessário e importante para a governabilidade, o PT não faltará ao presidente”, disse.
Na conversa, a presidente da sigla ainda salientou a importância de se construir uma base sólida e numerosa no Congresso.
“O governo não pode viver de solavanco, a cada projeto ter que ficar ali, negociando. Pode não ser uma base permanente para aprovar um Projeto de Emenda Constitucional (PEC), mas para aprovar projetos importantes. Isso necessita negociação. A composição que a gente teve no primeiro momento não deu conta de garantir o apoio necessário. Esse é um aspecto matemático da política”, avaliou.
As trocas reconhecidas por Gleisi já foram admitidas também por José Guimarães, líder do governo na Câmara. Ele disse, na terça-feira, que a chegada de membros do PP e Republicanos na equipe de Lula estaria consolidada. Falta agora a confirmação de quais pastas serão cedidas a André Fufuca (PP) e Silvio Costa Filho (Republicanos), os dois nomes apontados como prováveis novos ministros.
Na quarta, Lula também tratou do assunto. Em entrevista coletiva em Bruxelas, o presidente confirmou que fará mudanças visando governabilidade em agosto, mas disse que ele quem escolherá os espaços a serem cedidos e não os dois partidos que indicaram Fufuca e Costa Filho.
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