CartaExpressa
Garimpo acabará e o governo não autorizará pesquisa mineral em áreas indígenas, diz Lula
O presidente fez críticas ao governo de Jair Bolsonaro (PL) por incentivar atividades ilícitas nesses territórios


O presidente Lula (PT) afirmou nesta segunda-feira 30 que seu governo não autorizará novas pesquisas minerais em áreas indígenas e colocará fim ao garimpo ilegal nesses territórios.
As declarações, após reunião com o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, foram concedidas enquanto o País assiste ao drama humanitário enfrentado pelos yanomamis, em Roraima. Conforme dados do governo, 570 crianças da Terra Indígena morreram nos últimos quatro anos por desnutrição e outras causas evitáveis.
“Temos que parar com a brincadeira, não terá mais garimpo. O governo brasileiro vai tirar e acabar com qualquer garimpo a partir de agora”, disse o petista. “E não vai haver mais, por parte da agência de minas e energia, autorização para alguém fazer pesquisa em qualquer área indígena.”
Lula ainda fez críticas ao governo de Jair Bolsonaro (PL) por incentivar atividades ilícitas em terras indígenas, o que ajudaria a explicar o drama enfrentado pelos yanomamis.
Também nesta segunda, o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, determinou que a Procuradoria-Geral da República investigue se autoridades do governo Bolsonaro cometeram os crimes de genocídio contra os povos indígenas e desobediência de decisões judiciais.
Mais cedo, o Ministério Público Federal abriu um inquérito para apurar a responsabilidade do Estado brasileiro na crise Yanomami. O órgão quer apurar em que medida ações e omissões de agentes públicos contribuíram para o agravamento das condições locais.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

O tamanho da responsabilidade do governo Bolsonaro sobre a crise yanomami, segundo o Ministério dos Direitos Humanos
Por Camila da Silva
STF determina apuração contra membros do governo Bolsonaro por genocídio indígena
Por Wendal Carmo
MPF abre inquérito para apurar a responsabilidade do Estado na crise yanomami
Por CartaCapital