CartaExpressa
Ex-chefe da Receita que tentou liberar joias para Bolsonaro pede exoneração
Publicação no Diário Oficial informa que saída ocorreu no dia 4 de abril e foi ‘a pedido’ do próprio auditor
Júlio César Vieira Gomes, ex-chefe da Receita Federal, pediu exoneração da carreira de auditor-fiscal. A demissão foi publicada nesta segunda-feira 10 no Diário Oficial da União, mas é retroativa ao dia 4 de abril, terça-feira passada.
Vieira Gomes, importante lembrar, era chefe da Receita quando o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tentou liberar as joias sauditas apreendidas pelo órgão. Na ocasião, o ex-ministro Bento Albuquerque tentou entrar ilegalmente com os itens avaliados em 16,5 milhões de reais. Ao saber do caso, Bolsonaro, por telefone, conversou com Vieira Gomes, que teria, então, atuado para tentar liberar os itens.
Ele também ficou conhecido por ter sido, nos últimos dias de governo Bolsonaro, indicado a um cargo na Embaixada do Brasil na França. A nomeação, porém, foi barrada pelo ministro da Fazenda Fernando Haddad nos primeiros dias de gestão. Desde então, Vieira Gomes convive com apurações no caso das joias.
A exoneração, informa a portaria publicada no DOU desta segunda-feira, ocorreu a pedido do próprio auditor fiscal.
“O SUPERINTENDENTE DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL DA 7ª REGIÃO FISCAL, no uso da competência que lhe foi subdelegada […], resolve: Declarar vago, em virtude de exoneração a pedido, o cargo ocupado pelo Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil, Classe S, Nível 003, JULIO CÉSAR VIEIRA GOMES, […] a partir de 04 de abril de 2023”,diz o trecho principal da publicação.
A demissão de Vieira Gomes foi assinada por Claudiney Cubeiro dos Santos, atual superintendente do Fisco no Rio de Janeiro, estado em que o ex-chefe da Receita era lotado no órgão.
Relacionadas
CartaExpressa
Bolsonaro recebe alta após 12 dias internado
Por CartaCapitalCartaExpressa
Moraes tira da prisão coronel do Exército investigado por conspiração golpista
Por CartaCapitalCartaExpressa
MP recebe mais de 600 denúncias sobre produtos com preços abusivos no RS
Por CartaCapitalCartaExpressa
Número de mortos no Rio Grande do Sul vai a 155; desaparecidos somam 94
Por CartaCapitalUm minuto, por favor…
O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.
Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.
Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.
Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.
Assine a edição semanal da revista;
Ou contribua, com o quanto puder.