CartaExpressa
Especular com o preço da água durante tragédia em SP é criminoso, diz Secretaria do Consumidor
O Procon alertou que comerciantes que recorrem à prática em meio à tragédia podem acabar na prisão


O secretário Nacional do Consumidor, Wadih Damous, afirmou nesta quarta-feira 22 ter iniciado a adoção de “medidas cabíveis” contra a cobrança de preços abusivos no litoral norte de São Paulo, região atingida por fortes chuvas no final de semana passado.
Mais cedo, o Procon alertou que comerciantes que recorrem à prática em meio à tragédia podem acabar na prisão.
“Especular com o preço da água, fixando-o em até 93,00, como alguns comerciantes estão fazendo na região destruída pela catástrofe em São Paulo, é covarde e criminoso”, escreveu Damous nas redes sociais. “A Secretaria Nacional do Consumidor não vai tolerar essa prática criminosa. Já estamos adotando as medidas cabíveis.”
André Luiz Batelochi de Araújo, presidente do Procon em São Sebastião, disse ao jornal O Globo ter recebido vídeos de moradores com denúncias sobre preços abusivos.
“Moradores falando em galão de água, que custa entre 10 e 15 reais, sendo vendido por 40 reais. O café, normalmente 16 ou 18, por quase 30 reais. O macarrão e até o repolho por 20 reais. Se flagrarmos esses abusos, vamos prender em flagrante como prevê a lei, autuar e multar”, afirmou Araújo.
O desastre em São Paulo já provocou a morte de 48 pessoas, enquanto quase 60 estão desaparecidas. Por quatro dias, São Sebastião – município mais afetado pelas chuvas – ficou sem água. Há, segundo o governo do estado, mais de 2.500 pessoas desabrigadas ou desalojadas.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.
O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.
Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.
Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Inspeção do MP em 2020 apontou riscos de deslizamento em região do litoral norte de SP
Por CartaCapital
Pelo menos 4 milhões vivem em áreas de risco no Brasil, estima o governo Lula
Por CartaCapital
Justiça autoriza retirada compulsória de moradores em área de risco no litoral de SP
Por CartaCapital