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Deltan pede o afastamento de Eduardo Appio, o novo juiz da Lava Jato
Segundo a peça, haveria indícios de ‘quebra de imparcialidade’; o magistrado diz conduzir os trabalhos com ‘seriedade’
Deputados de oposição ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ingressaram com uma reclamação disciplinar no Conselho Nacional de Justiça, nesta terça-feira 7, contra o juiz Eduardo Fernando Appio, que recentemente assumiu a 13ª Vara Federal de Curitiba, onde tramitam processos relacionados à Lava Jato.
No documento, os parlamentares alegam que Appio seria “enviesado” para julgar os casos da operação e pedem o afastamento cautelar do magistrado. Citam, ainda, a sua suposta identificação como “LUL22” no sistema processual da Justiça paranaense.
A reclamação é assinada pelos deputados Deltan Dallagnol (Podemos-PR), Adriana Ventura (Novo-SP), Kim Kataguiri (União-SP), Marcel van Hattem (Novo-RS), Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PL-SP), além de Alfredo Gaspar (União-AL) e Pedro Aihara (Patriotra-MG).
O documento ainda destaca uma suposta aproximação do juiz com investigados da Lava Jato, o que indicaria “quebra da imparcialidade”.
Eduardo Appio assumiu o cargo em fevereiro com contestações ao ex-juiz Sergio Moro (União-PR) e ao ex-procurador Deltan Dallagnol, que se notabilizaram a partir da Lava Jato.
Na semana passada, uma procuradora do Ministério Público Federal pediu a suspeição do magistrado. A solicitação de Carolina Bonfadini de Sá deve ser alvo de ação no Conselho do MP, segundo Appio declarou a CartaCapital.
O magistrado afirmou que os fatos apontados pela procuradora são “obviamente inverídicos”, mas que não adiantará formalmente sua resposta porque o pedido será objeto de apreciação judicial.
Na última segunda-feira 6, ele disse a CartaCapital conduzir os trabalhos da Lava Jato com “seriedade” e cobrar da Justiça Eleitoral o andamento dos casos.
“Senão, vão redundar em prescrição, como aconteceu com o caso Banestado, do final da década de 1990, que acabaram praticamente todos com prescrição e arquivados”, declarou o magistrado. “Estou conduzindo as audiências, estamos todos os dias com medidas de cunho sigiloso e, pari passu com tudo isso, a ‘Lava Jato 2.0’ será levada dentro da legalidade e da Constituição. Estamos tentando que a Vara e os trabalhos retomem o trilho da legalidade.”
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