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CGU vê ‘vantagem indevida’ em impressão de bíblias com fotos de Milton Ribeiro

Os exemplares foram produzidos pela igreja controlada pelo pastor lobista Gilmar Santos e trazem, além das imagens, elogios ao ex-ministro

Homenagem. As famosas bíblias do pastor Gilmar Santos estampavam fotos do “patrocinador“ Milton Ribeiro - Imagem: Redes sociais
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A Controladoria-Geral da União (CGU) apontou a ‘concessão de vantagem indevida’ ao ex-ministro da Educação Milton Ribeiro ao analisar a produção de bíblias com fotos do ex-ministro. Os exemplares foram produzidos pela igreja controlada pelo pastor lobista Gilmar Santos e trazem, além das imagens, elogios a Ribeiro.

O apontamento consta na apuração preliminar da CGU e foi revelado pelo jornal O Estado de S. Paulo nesta terça-feira 28. O ex-ministro e o pastor chegaram a ser presos em operação recente da Polícia Federal que investiga suspeitas de corrupção com a formação de uma espécie de gabinete paralelo no MEC, que negociava propina em troca da liberação de recursos da Educação.

O órgão enquadrou a conduta do pastor ao produzir a bíblia na Lei Anticorrupção e defendeu a instauração de um processo administrativo contra a Igreja Assembleia de Deus de Goiânia, comandada por ele.

O documento recebeu a chancela do corregedor-geral. Não foram, porém, incluídas medidas a serem tomadas pelo órgão contra Ribeiro, apenas o encaminhamento do caso à PF. No parecer consta apenas a indicação de que a polícia deve adotar “providências que considerar adequadas.”

As bíblias são um dos alvos da PF, pois prefeitos já confirmaram em mais de uma ocasião que receberam pedidos para que comprassem os exemplares como forma de recolher a propina em troca dos recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

As suspeitas que envolvem o caso, além de levar Ribeiro e os pastores à prisão, já revertida, resultaram em um pedido de criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito no Senado. O pedido foi protocolado nesta terça-feira pelo líder da oposição, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e contou com a assinatura de 31 parlamentares. O governo atua para travar a solicitação com a ajuda de Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que preside a Casa, e de Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho de Jair Bolsonaro.

 

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