Em conversa com apoiadores na tarde de quinta-feira 7, o presidente Jair Bolsonaro disse ter sido ‘obrigado a vetar’ o projeto que prevê a distribuição de absorventes para estudantes de baixa renda e mulheres em situação de rua ou vulnerabilidade social por não ter sido apresentada uma fonte de custeio, informação rebatida pela oposição, que atua para derrubar o veto presidencial no Congresso.
“Se gastaria 80 milhões [de reais] por ano com absorvente, fazendo as contas rapidamente dá 7 milhões por mês…tô chutando aqui…cada mulher teria oito absorventes por mês, ele diz que custaria pra nós um centavo cada absorvente e perguntei sobre a logística para distribuir no Brasil todo…ele não deu alternativa. Sou obrigado a vetar”, tentou se justificar.
O ex-capitão disse que o projeto aprovado é o mesmo que subir o salário mínimo para 10 mil reais no Brasil sem apresentar fonte de custeio. Comparou ainda a iniciativa ao fornecimento de internet gratuita para as escolas, também barrado por ele.
“Não é só botar no papel, votar e está resolvido. Se fosse assim seria excelente. Isso [aprovação do projeto] é feito proposital, para desgastar. Deu uma onda terrível no Brasil: ‘ah o cara vetou o absorvente’…sabe, pelo amor de Deus”, disse visivelmente irritado.
“Por que o PT não fez isso no passado se ficaram 14 anos no governo?”, questionou exaltado. “Por que não botou internet pra todo mundo, absorvente aí pra todas as mulheres? Eles mudam quando eles assumem”, acrescentou.
Em seguida, Bolsonaro atacou Fernando Haddad: “Ficou 12 anos no Ministério da Educação. O Brasil é o pior país do mundo no Pisa. O PT pode se gabar…‘pior não fica’…tá em último lugar mesmo”. A afirmação se trata de uma mentira, já que o Brasil não ocupa a última colocação do Pisa, principal avaliação de educação básica do mundo.
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