Política

Em live, Bolsonaro escolhe Haddad como alvo: ‘Fake news é dizer que ele acredita em Deus’

O ex-capitão se queixou das acusações de que disseminou informações falsas em 2018: ‘Querem me tornar inelegível. É inacreditável’

O presidente Jair Bolsonaro, durante live semanal na internet. Foto: Reprodução
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O presidente Jair Bolsonaro fez uma série de ataques ao ex-adversário eleitoral Fernando Haddad (PT), durante transmissão ao vivo na internet nesta quinta-feira 7, enquanto rebatia notícias de que o Telegram virou a sua rede social favorita para a corrida presidencial no ano que vem.

Bolsonaro demonstrou incômodo com suspeitas de que sua campanha poderia fazer uso de meios virtuais para disseminar informações falsas, como teria feito em 2018.

Conforme mostrou CartaCapital, especialistas avaliam que tudo indica que a disseminação de informações falsas ganhará força com o Telegram em 2022. O presidente, os seus filhos e apoiadores já mantêm canais na rede, nos quais retransmitem uma série de publicações.

“Se eu quisesse fazer fake news contra o Haddad, o que é fake news contra o Haddad? Dizer que ele acredita em Deus, que ele é contra o aborto, que ele defende a família, que o seu partido não roubou ninguém, que ele é contra as drogas. Isso é fake news“, disse o presidente.

Na sequência, Bolsonaro se queixou, indiretamente, do processo no Tribunal Superior Eleitoral que pode inviabilizar a sua candidatura à reeleição. Recentemente, a Corte ampliou as investigações no âmbito de duas ações judiciais que tratam da proliferação de informações falsas pela campanha bolsonarista.

“Querem me tornar inelegível por fake news. É inacreditável”, disse Bolsonaro. “Logicamente nós ampliamos a nossa rede no Telegram. Não tem censura. E tem que ser assim. Se você hoje em dia posta uma suspeita ou um problema sobre a vacina, você é tachado de terraplanista, de negacionista, de propagador de fake news. O Telegram é uma alternativa.”

Apesar da menção de Bolsonaro, Haddad diz se declara como cristão, assim como o seu avô, que era padre de uma Igreja Ortodoxa no Líbano. Em seu Instagram, o petista publicou, em setembro de 2018, uma foto em que recebe uma “bênção” de um padre da Igreja Católica, em celebração aos 30 anos de casamento com Ana Estela.

Em relação ao aborto, Haddad dizia em sua campanha eleitoral que o tema não deve ser julgado pelo Poder Executivo, indicando que o assunto deve estar a cargo do Congresso Nacional. Já a acusação sobre ser a favor das drogas deriva, geralmente, das críticas ao projeto que ele levou à frente como prefeito de São Paulo, chamado “Braços Abertos”, que prestava assistência a pessoas em situação de rua na Cracolândia.

Além disso, ainda que Bolsonaro acuse o Partido dos Trabalhadores de “roubo” de forma genérica, o ex-presidente Lula (PT) – principal adversário do ex-capitão para o ano que vem – teve os direitos políticos restabelecidos pelo Supremo Tribunal Federal e lidera as pesquisas de intenção de voto.

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