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Ao se consolidar como líder do Centrão, Lira triplicou patrimônio entre 2018 e 2022
Declarações à Justiça Eleitoral mostram um salto de mais de 4 milhões de reais no patrimônio do parlamentar
Entre 2018 e 2022, período no qual o deputado Arthur Lira (PP-AL) assumiu ao posto de principal liderança do Centrão, o parlamentar triplicou o seu patrimônio. Segundo informações reveladas nesta terça-feira 4 pelo jornal O Estado de S. Paulo, Lira realizou, no período, a aquisição de uma casa milionária em Alagoas, a compra de terras e aplicações financeiras.
Para as eleições do ano passado, o deputado informou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que tinha um patrimônio de 5,9 milhões de reais. O valor representa um aumento de 247% em relação a 2018, quando, também por oportunidade do pleito eleitoral, Lira declarou que possuía 1,71 milhão de reais em bens.
Entre os principais mudanças na declaração está uma casa de praia, que segundo a publicação, está localizada em Recanto dos Caetés, no município de Barra de São Miguel. O prefeito da cidade é Benedito de Lira, pai do presidente da Câmara dos Deputados e líder do diretório do PP em Alagoas.
Entre as declarações de 2018 e 2022, consta também uma diferença específica em relação à condição de credor de Arthur Lira: ele informou que se tornou, ainda em 2019, credor em um empréstimo de 756 mil reais para a empresa D’Lira Agropecuária, que está em seu nome.
Além disso, Lira informou possuir, em 2022, um saldo de 827 mil reais em conta-corrente. Valor, aliás, que não constava em 2018. Entre as duas eleições, Lira adquiriu, segundo declaração do próprio, parte de uma fazenda em São Sebastião (AL).
No âmbito da Polícia Federal (PF), corre uma investigação sobre pessoas próximas a Arthur Lira em Alagoas. O órgão levou ao Supremo Tribunal Federal (STF), por exemplo, a investigação sobre fraudes da ordem de 8 milhões de reais na compra de kits de robótica para escolas alagoanas.
As compras envolvem, segundo a PF, recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). O principal envolvido é Luciano Cavalcante, que era, até pouco tempo, assessor direto de Arthur Lira. Cavalcante foi exonerado após a operação.
Até o momento, Arthur Lira não se manifestou sobre as alterações patrimoniais.
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