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A versão de Juscelino Filho sobre diárias e o suposto uso indevido de aviões da FAB

O ministro das Comunicações se reúne com Lula nesta segunda-feira

Reprodução
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Horas antes de se reunir com o presidente Lula (PT), o ministro das Comunicações Juscelino Filho gravou um vídeo para se defender das acusações de que é alvo. O político do União Brasil entrou na mira do governo por supostamente usar aviões da FAB e recursos públicos durante eventos privados em São Paulo.

Na gravação, Juscelino diz ser vítima de “ataques distorcidos”, afirma que não houveram irregularidades nas viagem e chamou de “erro no sistema” o pagamento de diárias durante compromissos particulares.

“Em relação às diárias, o sistema gerou automaticamente [o pagamento] e incluiu o período do final de semana nas viagens. A área técnica do ministério constatou isso em processo administrativo e eu, assim que fiquei sabendo, devolvi imediatamente os valores”, pontuou o ministro.

De acordo com reportagens do jornal O Estado de São Paulo, o ministro teria recebido cerca de 3 mil reais entre os dias 26 e 30 de janeiro, mesmo quando não estava a serviço da pasta. Na capital paulista, ele foi a um leilão de cavalos avaliados em 1 milhão de reais.

Em outro momento do vídeo, Juscelino nega que tenha omitido do Tribunal Superior Eleitoral um patrimônio de cerca de 2,2 milhões de reais em cavalos de raça, mas não detalhou porque a declaração não consta no site do TSE.

“Desde sempre, declaro todos os meus bens na minha declaração de imposto de renda, inclusive os meus cavalos”, pontuou. “Faço questão de deixar claro: a Receita Federal sempre aprovou todas as minhas declarações, e mais a Justiça Eleitoral também aprovou todas as minhas contas.”

O ministro ainda disse que é “ficha limpa” e declarou não ter destinado emendas do Orçamento Secreto para a pavimentação de estradas que circundam ao menos 8 fazendas da sua família, em Vitorino Freire (MA). O mecanismo, utilizado por Jair Bolsonaro (PL) em troca de apoio no Congresso, foi considerado inconstitucional pelo STF.

“Sobre as emendas parlamentares, esse é um instrumento legítimo do Congresso Nacional”, iniciou. “Não houve obra nas proximidades da minha fazenda, nem na via de acesso. O projeto tem por objetivo atender inúmeras comunidades que hoje convivem lá com a lama e com a poeira. Eu respeito o trabalho da imprensa, mas está claro que não houve qualquer irregularidade ou prejuízo aos cofres públicos”.

A reunião de Juscelino e Lula está prevista para o final da tarde desta segunda-feira 6. A expectativa é que, durante o encontro, o político se defenda das acusações. Sob pressão, o ministro virou alvo da presidente nacional do PT, Gleisi Hoffman, que defendeu seu afastamento “para evitar constrangimento ao governo“.

O ministro Alexandre Padilha, porém, pediu cautela e disse que o colega de Esplanada teria o direito à defesa garantido. Em entrevista à BandNews, Lula indicou a possibilidade de demissão, mas declarou que preferia ouvir Juscelino antes de qualquer decisão.

As declarações de integrantes do governo introduziram um novo capítulo na relação do governo com o União Brasil, partido do ministro. Em nota, as bancadas da legenda no Congresso cobra “espaço para que Juscelino se defenda” e critica a presidenta do PT por “usar dois pesos e duas medidas”.

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