Diálogos da Fé

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O islã, em sua origem e fundamentos, é contra a opressão às mulheres

O Alcorão reconhece de forma plena seu papel social e político

Iraniana lê um jornal (Foto: AFP)
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O profeta Mohammad considerava que um homem e uma mulher, além de sua força física, não possuem diferenças na questão da busca pelo conhecimento e o dever de estudo.

Anos de opressão de certos governos e califas e a deformação wahabi (escola do islã) prestaram e continuam a prestar um grande desserviço à emancipação e à igualdade feminina.

O Talibã, por exemplo, segue esta linha de pensamento e condena as mulheres a uma vida de opressão e controle.

O imã Khomeini dizia que as mulheres foram oprimidas no período pré-islâmico, quando sua condição e direitos eram semelhantes àqueles dos animais, pois naquela época elas poderiam ser vendidas ou compradas… E até enterradas vivas pelos próprios pais. O Alcorão nos diz: “Quando a filha for sepultada viva, que se interrogue por que delito foi morta” (S.C.81-9).

O Alcorão considera anuladas as leis de opressão às mulheres e estabelece bases que edificam e exaltam a condição feminina na sociedade, sua espiritualidade e força ativa na construção do islã. Em resumo, reconhece plenamente seu papel social e político.

O livro sagrado cita o nome de cerca de 20 mulheres entre os quadros fundamentais para a prosperidade do islã. Existem 200 versículos que falam delas e há uma surata inteira denominada Surata das Mulheres

O nome da Virgem Maria é mencionado 34 vezes e também há uma surata com o nome dela .

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O primeiro muçulmano foi uma mulher, Hadija. Ela deu ânimo e impulsionou o profeta e sua causa desde o inicio.

O primeiro mártir do islã foi uma mulher, Sumaiah. A primeira mulher que migrou para Medina foi a filha do Abu Sufia, Fariah .

O livro sagrado diz para nos tomarmos como modelo Maria e Ásia, a esposa do faraó que adotou a Moisés. Nos documentos históricos da fundação da primeira junta islâmica de Medina, encontramos os nomes de algumas mulheres, que formaram um comitê e foram a Meca e estabeleceram um pacto de confiança com o profeta Mohammad.

Em Medina se dedicavam a divulgar o islã no primeiro governo islâmico da história.

Durante o mês do Hajj, durante os rituais da peregrinação, os muçulmanos devem pisar sobre as pegadas de Hayar, esposa de Abraão, e devem fazê-lo lembrando de sua enorme paciência e coragem.

Anualmente, milhões de muçulmanos relembram a paciência, a força e a coragem desta mulher. Sua sepultura, por vontade de Alá, está juntamente com a Caaba, dentro do lugar onde os muçulmanos a circulam .

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O islã desmascara a falsa propaganda do capitalismo de liberação das mulheres e considera uma forma de opressão e hipocrisia desnudar as mulheres ou exibi-las em comerciais de álcool e cigarros como objetos para atrair dinheiro.

Lembro de alguns ditos do profeta Mohammad sobre as mulheres:

“O paraíso está sobre os pés das mães”.

 “As mulheres são iguais aos homens”.

“Os melhores entre meus seguidores são os que tratam suas mulheres amavelmente”.

Durante e depois da morte do profeta do islã, sempre houve no movimento grandes mulheres, verdadeiras heroínas, entre elas Fatima Zahra, filha do profeta Mohammad, Zainab , irmã do imã Hussain, Saquina e tantas outras que lutaram contra a injustiça e  a opressão em meio a um mundo de barbárie e violência.

Pagaram com suas vidas pelos seus ideias e viram ser martirizados quase todos os parentes e companheiros.

O nível das mulheres e sua condição social em uma sociedade é de fato o termômetro para avaliar o grau de emancipação desta sociedade como um todo.

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