Augusto Diniz | Música brasileira

Jornalista há 25 anos, Augusto Diniz foi produtor musical e escreve sobre música desde 2014.

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Barão Vermelho: Suricato escreve sua história no lugar que já foi de Cazuza e Frejat

Banda cria iniciativa de interação com o público para tocar e cantar a clássica ‘Pro Dia Nascer Feliz’

Foto: Divulgação/Marcos Hermes
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O Barão Vermelho tem muitos hits. Um deles, Por Você (Mauro Santa Cecília, Maurício Barros e Frejat), a banda convidou os fãs a cantá-lo juntos, usando a ferramenta remix do Instagram (permitindo ao participante dividir a tela com a gravação da música pelo grupo). Um vencedor foi escolhido como o dono da melhor performance.

Agora, é a vez da canção Pro Dia Nascer Feliz (Cazuza e Frejat). Desta vez, o público pode cantar e até tocar guitarra, bateria ou teclado – há bases pré-gravadas pelo Barão Vermelho para todas essas possibilidades, disponíveis no Instagram da banda.

Rodrigo Suricato, que se tornou vocalista e guitarrista da banda em 2017, afirma que ambas as ações integrantes do projeto Barão e Você resgatam a expressão da juventude da época em que o grupo foi criado, há cerca de 40 anos, que tinha um instrumento em casa ou mesmo uma banda.

“É uma atitude mais colaborativa. O Barão Vermelho tomou umas ações ultimamente, colocando, por exemplo, bandas independentes para abrir show”, diz.

O participante da canção Pro Dia Nascer Feliz tem até 14 de novembro para se inscrever, e o vencedor poderá tocar ou cantar ao vivo com a banda no palco do Qualistage, no Rio de Janeiro, em 2 de dezembro.

O projeto, segundo Suricato, segue “no sentido de empoderar a galera que endossa a banda, e o melhor feat (participação) que você pode fazer é com as pessoas que te ajudam, dão suporte ao teu trabalho”.

Suricato é um artista (raro) que costuma expor nas redes sociais suas angústias e suas inquietações – aliás, com ótimas argumentações – como participante da indústria da música.

No primeiro semestre, produziu texto e minidocumentário para explicar o fim de uma banda com seu nome que manteve por 10 anos (parte desse período já no Barão Vermelho) e que chegou a ganhar o Grammy Latino de melhor álbum de rock, em 2015. Nos relatos, ele faz reflexões sobre o sucesso e a busca desenfreada por views e likes na internet – CartaCapital publicou uma matéria sobre esse desabafo.

“Não tenho muito pudor de verbalizar que minha profissão é igual a qualquer outra”, afirma. Dia desses, Suricato comentou nas redes sociais sobre os músicos dos bares e restaurantes da vida.

“A gente fica acostumado a ouvir pessoas falando: ‘ah, aquele é músico de churrascaria’. E isso vai passando pelo nosso dia a dia batido. Chegou um momento em que eu disse: ‘cara, isso está sendo usado de forma depreciativa’. Viajo o Brasil, tem muito músico bom, artista incrível, que em circunstância de investimento lapidaria o seu trabalho, o seu talento, e viraria um superstar.

Ele argumenta que muitas canções se sustentam na boca do público porque ainda são executadas por anônimos em lugares públicos.

“Fazer um vídeo desses, ser entendido, empoderar esses artistas, para mim é tão bacana quanto emplacar uma música”, afirma.

Suricato assumiu a voz do Barão Vermelho, que já foi ocupada por ninguém mais, ninguém menos que Cazuza e Frejat.

“Se eu penso nisso, não consigo nem fazer meu trabalho. Tenho que encarar que é uma nova história, que aquelas canções são minhas também”, explica. “Quando você vai cantar um texto de outra pessoa, aquilo tem que ser seu naquele momento. É o que os intérpretes fazem.”

“Sou o terceiro vocalista (da banda), sendo que os dois anteriores eram simplesmente o Cazuza e o Frejat. Estamos falando de ícones da cultura pop brasileira.”

Além de Suricato, o Barão Vermelho é composto por Guto Goffi (baterista que recentemente lançou um disco e foi matéria de CartaCapital), Maurício Barros (teclados) e Fernando Magalhães ((guitarrista).

Assista à entrevista de Rodrigo Suricato a CartaCapital:

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