Justiça
PSOL pede a Moraes a prisão preventiva de Mourão por discurso após operação da PF
Para a sigla, o ‘golpismo’ do senador representa um risco concreto à ordem pública


A bancada da Federação PSOL/Rede na Câmara dos Deputados enviou nesta quinta-feira 8 ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, uma petição na qual defendem a prisão preventiva do senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) por supostamente incitar as Forças Armadas e a Justiça Militar contra o presidente Lula (PT) e o governo.
A solicitação surge após o ex-vice-presidente se manifestar no plenário do Senado e nas redes sociais sobre a operação da Polícia Federal deflagrada para investigar a tentativa de golpe de Estado em 2022. As diligências foram autorizadas por Moraes – clique aqui para ler a decisão.
A peça enviada ao STF cita dois trechos das manifestações de Mourão:
– no plenário: “A mera observação da precipitação dos acontecimentos, cada vez mais traumáticos, indica a possibilidade (…) de um confronto de gravíssimas consequências”;
– no X: “Uma devassa persecutória é o que estamos testemunhando, hoje, no Brasil. Não podemos nos omitir, nem as Forças Armadas, nem a Justiça Militar, sobre esse fenômeno de desmando desenfreado que persegue adversários e que pode acarretar instabilidade no País”.
“É evidente que o senador Hamilton Mourão – e seu golpismo, mais do que provado nesta petição – causam concreto risco à ordem pública, posto que seu ato visa insuflar a base bolsonarista, cada vez mais radicalizada”, argumentam os deputados no pedido ao STF.
Eles também pedem que Moraes determine uma investigação e autorize a quebra dos sigilos telefônico e telemático de Mourão.
Assinam a petição os deputados do PSOL Erika Hilton (SP), Guilherme Boulos (SP), Fernanda Melchionna (RS), Tarcísio Motta (RJ), Célia Xakriabá (MG), Chico Alencar (RJ), Glauber Braga (RJ), Pastor Henrique Vieira (RJ), Ivan Valente (SP), Luciene Cavalcante (SP), Luiza Erundina (SP), Sâmia Bomfim (SP) e Talíria Petrone (RJ). Túlio Gadêlha (Rede-PE) também endossa a manifestação.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.
O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.
Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.
Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.
Leia também

As chances de Bolsonaro ser preso após a operação da PF, segundo especialistas
Por Leonardo Miazzo
‘Não percam a fé, é o que posso falar agora’, disse Braga Netto a bolsonaristas em meio a conspiração sobre golpe
Por CartaCapital
‘Não percam a fé, é o que posso falar agora’, disse Braga Netto a bolsonaristas em meio a conspiração sobre golpe
Por CartaCapital
Michelle mantém viagem ao exterior após operação da PF que mira Bolsonaro
Por CartaCapital