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Em meio a tensão com o Congresso, Rui Costa diz que interesse nacional deve se sobrepor a ‘vaidades’
Novo capítulo da crise tem a ver com o veto parcial de Lula às emendas de comissão no Orçamento de 2024. O ministro, contudo, afirmou não existir polêmica em torno da medida


O ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), disse considerar que o interesse nacional deve ser priorizado em detrimento de “eventuais diferenças ou vaidades pessoais” ao ser questionado sobre a irritação de parlamentares com o governo Lula pelo que chamam de “quebra de acordos” na liberação de emendas parlamentes e cargos.
“Acho que o interesse nacional deve se sobrepor a eventuais diferenças pessoais, ou vaidades pessoais, seja quem for, é fundamental colocar o interesse na nação e quanto mais transparente e aberto for o debate, melhor”, disse o petista nesta quarta-feira 7. O ministro participou do CEO Conference Brasil 2024, promovido pelo BTG Pactual, em São Paulo.
Parte da irritação dos líderes partidários está relacionada ao veto de Lula em parte do montante destinado às emendas de comissão no Orçamento de 2024. O ministro, contudo, afirmou não existir polêmica em torno da medida – segundo ele, o valor acordado com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), de 11 bilhões de reais, será cumprido.
“Participei das discussões no final do ano e o acordo que fizemos será cumprido, que foi incorporar as emendas de comissão no valor de 11 bilhões. O que foi colocado para além disso não faz parte do acordo”, destacou Costa. O Congresso tinha aprovado a quantia de 16,7 bilhões em emendas de comissão.
Na sessão de abertura do ano legislativo, Lira disparou duros recados ao Planalto sobre o veto presidencial. O deputado afirmou que “errará” quem apostar na omissão do Congresso por causa do ano eleitoral, disse que parlamentares não são meros carimbadores de decisões do Executivo e cobrou “cumprimento de acordos” por parte do governo.
O cacique do Centrão ainda elevou a tensão na queda de braço pelo controle do Orçamento ao dizer que a peça orçamentária “pertence a todos e não apenas ao Executivo”.
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