Educação
PSOL vai à Justiça e exige que Tarcísio contrate psicólogos para as escolas
Nesta segunda, ocorreu o segundo ataque violento a uma escola paulista no ano. Uma estudante morreu e outros três ficaram feridos


Parlamentares do PSOL apresentaram uma ação popular à Justiça de São Paulo para obrigar o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o secretário de Educação, Renato Feder, a contratarem psicólogos e assistentes sociais em número suficiente para trabalharem nas escolas públicas do estado.
A ação foi protocolada após mais um ataque a tiros em uma escola, na região do Sapopemba, zona leste, que deixou uma estudante morta e outros três feridos.
O suspeito do ataque é um estudante de 16 anos, que foi apreendido nesta segunda. Ele portava uma arma calibre .38, de propriedade de seu pai, segundo informações da polícia. O jovem já havia registrado um boletim de ocorrência, em 24 de abril, alegando ter sofrido agressões e ameaças de outros alunos.
Na ação, a deputada federal Luciene Cavalcante, o deputado estadual Carlos Gianazzi e o vererador Celso Gianazzi destacam se tratar do segundo caso de violência em escolas do estado neste ano.
Em março, um estudante de 13 anos entrou armado com uma faca na Escola Estadual Thomázia Montoro, na Vila Sônia, e atacou quatro professores e um colega. A professora Elisabeth Tenreiro, de 71 anos, que lecionava ciências, foi atingida pelas costas. Ela chegou a ser socorrida, mas teve uma parada cardíaca no hospital e morreu.
Os parlamentares mencionam ainda que apenas 550 psicólogos trabalham no atendimento da rede estadual paulista, uma média de um profissional para cada 10 escolas, considerando as 5.500 unidades da rede.
Por essa conta, cada profissional teria de atender 6.182 alunos. Ou seja, os profissionais estariam em “número insuficiente para efetivação de uma política pública de prevenção e de reparação de ataques às escolas”, segundo a ação.
O PSOL destaca ainda que, em setembro, Tarcísio vetou um projeto de lei aprovado pela Assembleia Legislativa de São Paulo a prever a contratação de mais psicólogos e assistentes sociais para a rede paulista. À época, o governo justificou que um programa com o mesmo intuito já estava em desenvolvimento pela Secretaria de Educação.
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