Justiça

Juiz vê ‘teatro político’ e arquiva ação contra Mauro Cid por abuso do silêncio na CPMI

Magistrado do DF afirmou, ainda, ter havido ‘um verdadeiro abuso de autoridade’ por parte de membros da Comissão

Juiz vê ‘teatro político’ e arquiva ação contra Mauro Cid por abuso do silêncio na CPMI
Juiz vê ‘teatro político’ e arquiva ação contra Mauro Cid por abuso do silêncio na CPMI
O tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid. Foto: Bruno Spada / Câmara dos Deputados
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O juiz Antonio Claudio Macedo da Silva, da Justiça Federal do Distrito Federal, afirmou que a sessão da CPMI do 8 de Janeiro destinada a ouvir o tenente-coronel Mauro Cid foi um “teatro político” e mandou arquivar uma representação contra o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro por abuso do direito ao silêncio.

A decisão atendeu ao pedido feito pelo Ministério Público Federal, que sustentou não ter identificado desvios de conduta na atitude do militar.

Fardado, Cid depôs à CPMI em 11 de julho, mas recorreu ao direito ao silêncio mais de 40 vezes e não respondeu a perguntas de parlamentes – ele se recusou a informar, por exemplo, a sua idade.

O Supremo Tribunal Federal rejeitou um pedido para que o militar não fosse obrigado a comparecer à audiência, mas permitiu que ele não respondesse a questionamentos que pudessem incriminá-lo.

Após a sessão, integrantes da CPMI acionaram a Polícia Legislativa do Senado e decidiram ingressar no STF e na Justiça Federal do DF com uma representação contra o tenente-coronel por abuso do direito ao silêncio.

Ao se manifestar pelo arquivamento da ação, nesta sexta-feira 28, o juiz da 10ª Vara Criminal do DF afirmou que a sessão destinada a ouvir Cid teve o objetivo de “prolongar a polarização política que permeou as eleições presidenciais de 2022”. Ele argumentou ainda ter identificado “pressão psicológica” contra o militar.

“Em vários momentos, houve, ao sentir deste Magistrado, um verdadeiro abuso de autoridade por parte de membros da aludida CPMI, os quais ameaçavam abertamente o tenente-coronel Mauro Cid de que iriam intimar sua esposa para depor na CPMI, mantendo-se o representado em um equilíbrio admirável para quem está preso há tanto tempo”, completou.

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