Justiça
Kassio Nunes manda Lira prestar informações sobre a tramitação de MPs
A determinação ocorre em meio à queda de braço entre Lira e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, sobre a análise de medidas provisórias


O ministro Kassio Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal, determinou nesta segunda-feira 20 que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), preste informações à Corte em até 10 dias sobre a tramitação de medidas provisórias no Congresso.
O magistrado é o relator do mandato de segurança impetrado pelo senador Alessandro Vieira (PSDB-SE), que questiona a “inércia” de Lira para autorizar o retorno da tramitação das propostas no formato previsto pelas regras do Legislativo.
A ordem de Kassio Nunes ocorre em meio à queda de braço entre Lira e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), sobre o tema. Antes da pandemia, as MPs precisavam passar pelas comissões mistas antes de serem apreciadas no plenário por deputados e senadores.
Com a crise sanitária, um ato conjunto da Câmara e do Senado mudou o rito e passou a permitir que as propostas fossem levadas diretamente ao plenário. Agora, com o retorno dos trabalhos presenciais no Congresso, Pacheco assinou a medida que restaura a tramitação normal das MPs, mas Lira não aderiu.
Enquanto não há uma solução para o impasse, as matérias enviadas por Lula (PT), como a que reestabelece o voto de qualidade no Carf e a que retoma a cobrança de impostos federais sobre os combustíveis, estão paralisadas.
Nos bastidores, lideranças partidárias falam em judicializar a questão – como fez Alessandro Vieira -, mas aguardam uma orientação de Pacheco. A principal reclamação está relacionada à demora da Câmara para analisar as matérias enviadas pelo Executivo.
Quando isso acontece, relatam, o texto chega ao Senado já no fim do prazo, sem que haja chance de debater ou alterar a proposta do governo.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.
O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.
Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.
Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Lula elogia cena de novela da Globo similar à de sua posse
Por Victor Ohana
Fim do recadastramento, diálogo com o Congresso e confisco: os próximos passos do governo sobre armas de fogo
Por CartaCapital